SOCIEDADE & PAÍS

 

Solidariedade

JORGE SAMPAIO ELOGIA MISERICÓRDIAS - «GLOBALIZAÇÃO DO AMOR»

O Presidente da República, Jorge Sampaio disse, no passado dia 22, na sessão de abertura do Congresso do V Centenário das Misericórdias que estas congregam actualmente as pessoas empenhadas em promover a solidariedade social.

«As Misericórdias não foram sempre amadas, mesmo em períodos tão importantes como o liberalismo ou os primeiros anos da Revolução Democrática neste século», lembrou o chefe do Estado na intervenção que fez na Igreja de São Roque, em Lisboa.

Mas as Misericórdias «fizeram a prova do tempo, e obviamente agregam todos aqueles que têm a consciência da sua responsabilidade individual para promover a solidariedade social», explicou.

«Hoje é tudo tão profundamente diferente, e todavia as misericórdias seguem, com novos campos de acção, novos temas, novas preocupações», constatou.

Evocando o tema do Congresso - «Universalismo das Misericórdias e Civilização Global do Amor» - Sampaio mostrou-se convicto que ele trará certamente às conclusões «este grande desafio que é perceber a diferença, as várias formas de sofrimento, as várias formas de exclusão».

Para o Presidente da República «as misericórdias, com a sua capacidade ecuménica, aí estão para responderem a estes novos desafios também, e serem outros laços de solidariedade, de que todas as sociedades estão tão profundamente carentes».

O primeiro-ministro, António Guterres, também presente, congratulou-se pelo facto de, num mundo em que tanto se fala de globalização, se formular a ideia da «globalização do amor», defendendo mesmo ser esta a perspectiva através da qual um dia se possa acabar com a «globalização da pobreza».

Admitindo que tal possa parecer uma utopia, Guterres considerou, contudo, que «as utopias, quando não se transformam em fundamentalismos redutores, têm duas vantagens».

«A primeira é que às vezes se realizam. A segunda é que mesmo quando não se realizam, elas apresentam uma linha directriz essencial para dar sentido à vida que vivemos e à obra que tentamos fazer», disse.

Na sua intervenção na sessão solene de abertura do Congresso, o chefe do Executivo socialista lembrou ainda que presentemente mais de 250 misericórdias participam nas comissões do Rendimento Mínimo Garantido.

 

Complexo do Estádio Nacional

INVESTIDOS MAIS DE 3,5 MILHÕES

O valor das obras já concretizadas no complexo do Jamor, cujas piscinas foram inauguradas, no passado dia 22, ascende a 3,582 milhões de contos, devendo ainda ser lançadas durante 1998 outras no valor de 2,475 milhões.

Entre as obras já concretizadas no Jamor contam-se a melhoria do sistema de segurança do Estádio Nacional e a piscina olímpica, inaugurada na semana passada pelo primeiro-ministro, António Guterres, que permite a Portugal acolher as principais provas do calendário internacional de natação, pólo aquático, natação sincronizada e saltos.

Das obras a lançar em 1998, destacam-se o campo de golfe de nove buracos, cujo custo ascende a 550 mil contos, a pista sintética de atletismo e o campo de relva sintéctico.

Por ocasião do acto inaugural das piscinas olímpicas do Estádio Nacional, o secretário de Estado do Desporto, Miranda Calha, sublinhou o facto de a inauguração «marcar um ciclo novo na política desportiva e na recuperação do vasto complexo desportivo do Jamor».

O governante lembrou que, com a conclusão das piscinas, se pôs termo «a mais de dez anos de promessas, que eram apresentadas para a seguir serem abandonadas».

«A construção do complexo de piscinas do Jamor é o exemplo mais representativo da nossa capacidade de efectuar a modernização da estruturas desportivas e o lançamento de novos equipamentos», referiu.

 

Porto/2001

GARANTIDA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS ATÉ SETEMBRO

O ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, garantiu, no passado dia 22, que, até ao final de Setembro, a Comissão Instaladora do Porto/Capital Europeia da Cultura apresentará as suas propostas relativas à entidade gestora e a alguns eventos e investimentos do projecto.

Carrilho, que falava aos jornalistas na Casa das Artes, Porto, onde assistiu à posse da Comissão Instaladora do Museu da Região do Douro, desvalorizou o adiamento da reunião que estava prevista para esse mesmo dia com vista a analisar o processo do «Porto/2001».

O encontro entre a Comissão Instaladora, o presidente da Câmara do Porto e o ministro da Cultura foi adiado para o início de Setembro, por dificuldades de agenda.

«A comissão está a ouvir muitas pessoas, num espírito de grande abertura, e é isso que deve ser destacado», frisou o ministro, em resposta a algumas críticas feitas pela oposição camarária relativamente aos trabalhos da comissão liderada por Artur Santos Silva.

Manuel Maria Carrilho salientou que existe um «prazo muito curto para definir o programa e a estrutura que o vai gerir», garantindo que a comissão apresentará as suas propostas «até ao final de Setembro».