Comunicado - Finanças reafirmam

O Ministério das Finanças emitiu no dia 22 um comunicado reafirmando a intenção do Governo em manter a Caixa Geral de Depósitos (CGD) no sector público.

Trata-se de um esclarecimento que deve ter deixado muito tristes os neoliberais e pós-modernistas da nossa praça defensores acérrimos de que as privatizações são o remédio para todos os males da economia com a consequente demissão do Estado das suas responsabilidades, em nome daquilo que chamam de modernização da sociedade.

As Finanças viram-se obrigadas a emitir o comunicado depois das declarações de Sousa Franco à Imprensa brasileira e que apareceram «descontextualizadas em Portugal».

Assim, na nota à Comunicação Social, o ministro das Finanças reafirma o princípio de que a Caixa Geral de Depósitos «deverá permanecer integrada no sector público, pelo que a sua privatização, parcial ou total, não faz parte da política de privatizações deste Governo, circunstância que aliás pode ser facilmente verificável através da consulta do programa de privatizações para 1998/99».

Recorde-se que no programa de privatizações para 1998/99, no capítulo dedicado ao sector financeiro, pode ler-se: «O Estado manterá a totalidade do capital social da Caixa Geral de Depósitos e - indirectamente - do Banco Nacional Ultramarino, que manterão entre si uma relação de grupo, ainda com salvaguarda da autonomia operacional e de marcas de ambas as sociedades, e sem prejuízo da optimização da estrutura de capitais de ambas as instituições.»

A Caixa Geral de Depósitos continuará e bem no sector público. No entanto, é necessário que esta instituição financeira melhore rapidamente o atendimento ao público nos seus balcões, uma vez que os utentes são obrigados constantemente a esperar em longas filas para serem atendidos.

Trata-se de uma situação intolerável, com grandes custos, e que é, como toda a gente sabe, a principal reclamação de todos aqueles que têm de tratar dos mais diversos assuntos nas dependências da Caixa Geral de Depósitos.

(JCCB)