Exames
A aproximação das perguntas dos exames nacionais ao tipo de matéria dada nas escolas é uma das razões apontadas pelo Ministério da Educação para explicar o aumento de classificações positivas registado na 1ª chamada.
Uma análise efectuada pelo ministério da 5 de Outubro revelou recentemente que em 17 disciplinas estudadas apenas 11 não registaram um aumento da percentagem das classificações positivas em relação ao ano passado.
Mesmo nos casos de algumas disciplinas como a Matemática e a Biologia, em que há uma ligeira quebra na média, a percentagem de notas positivas é igualmente superior à verificada em 1997.
Em declarações à Comunicação Social a secretária de Estado da Educação e Inovação, Ana Benavente, considerou natural a melhoria registada, explicando que o processo está consolidado e que as provas correspondem, agora, melhor aos programas e ao trabalho desenvolvido nas escolas ao longo do ano lectivo.
«A produção das provas é mais consistente e por ser já o terceiro ano em que se realizam nas escolas já se organizam melhor na preparação dos alunos», disse.
Ana Benavente encara esta subida como natural num processo de exames «já consolidado».
Quanto à matemática - disciplina que embora também tenha registado um aumento da percentagem de positivas em relação a 1997 foi, entre as 17 analisadas, a que menos subiu - a secretária de Estado explicou que a razão dessa prestação tem a ver com a estrutura da disciplina.
«Começamos já no 10º ano com o programa reajustado, com acompanhamento de professores e matérias de apoio mas os efeitos só se farão sentir daqui a dois anos», disse.
Segundo a governante o problema actualmente é que a disciplina é igual para qualquer tipo de curso, seja de carácter geral seja tecnológico, uma situação que irá mudar com a diferenciação dos programas de acordo com a natureza dos cursos.
A diferenciação de programas das disciplinas de matemática e de física do ensino secundário foi uma das medidas anunciadas na conferência de Imprensa do Ministério da Educação, realizada no passado dia 16.
Para a Associação de Professores de Matemática, a razão do aumento na percentagem das classificações positivas poderá também ser a adequação dos exames ao tipo de programas desenvolvidos nas escolas.
Protocolo - Educação e Trabalho
Os ministérios da Educação e do Trabalho assinaram, no dia 22, um protocolo que permite a entrada em funcionamento de um sistema de observação para acompanhar a inserção dos diplomados pelo ensino superior no mercado de emprego.
O observatório visa a criação de bases para a tomada de decisões e a concepção de políticas de emprego e de educação, e assentará na acção desenvolvida por serviços dos dois ministérios.
O trabalho a desenvolver, baseado na recolha de informação fornecida pelos parceiros das áreas da educação e do emprego, compreende a procura e oferta de emprego e a relação entre as instituições de ensino superior e a indústria.
Este sistema de observação de percursos de inserção dos diplomados do ensino superior insere-se no programa para a integração de jovens na vida activa e no Plano Nacional de Emprego.
Segundo o protocolo, a implementação do sistema de observação permanente será alimentada por vários actores e instituições (universidades, politécnicos, empresas, associações profissionais e de estudantes e outros parceiros sociais) e funcionará, por um lado, como suporte às entidades de mediação entre oferta e procura de emprego, e, por outro, como um contributo para avaliação global do sistema de ensino superior.
Ao abrigo do acordo entre os dois ministérios, os dados globais gerais, resultantes do tratamento preliminar dos inquéritos, serão publicados anualmente.
Cada ministério poderá, entretanto, desenvolver outros estudos e publicações específicos às respectivas áreas de competências.