EDITORIAL

 

RENTRÉE E REGIONALIZAÇÃO

O próximo mês de Agosto é, como habitualmente, a época do ano eleita para o retempero de energias para o novo período político que se inicia em Setembro.

Época escolhida para igualmente se preparar o que se convencionou chamar de «rentrée» política, este ano particularmente apetecível pela proximidade do referendo sobre a regionalização.

A «rentrée» política vai assim separar definitivamente as diferentes posições dos vários protagonistas políticos sobre a regionalização do País. Conhecidas que são as posições oficiais dos principais partidos políticos, resta aguardar para se ver como se vai organizar a sociedade civil sobre esta matéria.

Conhecidas as posições radicais dos ex-líderes do PSD e do PP, personificadas numa espécie de AD ultraconservadora, avessa a qualquer modificação orgânica na gestão, mais que provada, castradora do desenvolvimento do País no seu todo, esta AD a par da AD de Marcelo e Portas irá procurar confundir e baralhar os portugueses sobre os benefícios políticos, sociais, económicos e humanos da regionalização do País.

Uma regionalização que, ao contrário do que os anti-regionalistas apregoam, irá unir o País e os portugueses, atenuando as enormes assimetrias existentes entre o interior e o litoral. E, como explicou António Guterres na última Comissão Nacional do PS, não irá criar nem mais burocracia, nem provocar um aumento do número de cargos políticos, nem, ainda, contribuir para dividir o País.

À semelhança do que acontece em treze dos quinze países da União Europeia, Portugal necessita de dar um passo firme em prol do desenvolvimento, da harmonização das várias regiões e de uma reforma tranquila dos diferentes sectores da administração pública. Por isso a mobilização dos portugueses em torno deste assunto é fundamental para a afirmação de um Portugal novo.

A REDACÇÃO