CIÊNCIA & TECNOLOGIA

 

Portugal/Chile

LAÇOS DE COOPERAÇÃO REFORÇADOS

Portugal e o Chile estreitaram relações no âmbito da ciência e da tecnologia. A prova é o acordo de cooperação assinado recentemente, em Santiago do Chile, pelo ministro português Mariano Gago e pelo ministro da Educação chileno (que tutela esta área), José Pablo Arellano.

Trata-se de um «pacto» que prevê, entre outras formas de colaboração, o intercâmbio de professores, investigadores e estudantes de pós-graduação entre os dois países.

Este acordo de cooperação bilateral, que se insere na estratégia de internacionalização do sistema científico e tecnológico nacional, segue-se ao lançamento de um concurso extraordinário destinado a apoiar não só o intercâmbio de investigadores chilenos e portugueses, mas também o surgimento de novos projectos conjuntos de investigação.

Deste concurso resultou a aprovação de um primeiros conjunto de seis projectos de investigação científica, envolvendo equipas de cientistas dos dois países.

O Chile é um dos países com os quais Portugal tem mantido relações de cooperação científica e tecnológica no continente americano, ao abrigo dos programas ibero-americanos de ciência e tecnologia.

O reforço das relações bilaterais ocorrem a poucos meses da realização, em Portugal, da Conferência Científica que precede a VII Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado (Porto, 21 e 22 de Setembro).

Esta conferência será organizada pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia (através do seu Instituto de Cooperação Científica e Tecnológica Internacional), com o apoio do CYTED (Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo).

Durante a sua visita a Santiago do Chile, o ministro da Ciência e da Tecnologia encontrou-se também com o ministro da Economia do Chile, Óscar Landaretch, com o ministro e secretário-geral do Governo, Joaquim Brunner, com o ministro das Relações Exteriores, Mariano Fernandez, e com o presidente da Comissão Presidencial em Matérias Científicas, Claudio Teitelboin.

Mariano Gago visitou ainda a Universidade do Chile e a Pontificia Universidad Católica do Chile.

Em reuniões de trabalho o ministro português avistou—se, igualmente, com os responsáveis do CONICYT (Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica de Chile), bem como com directores de investigação e investigadores chilenos que cooperam com as instituições de investigação portuguesa.

Nesta sua deslocação ao Chile (que decorreu de 17 a 21 de Julho passado), Mariano Gago visitou o «Very Large Telescope» (VLT) – o conjunto de telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO), a organização europeia de astronomia da qual Portugal é membro associado.

O VLT viu a sua primeira luz em Maio, quando o primeiro dos telescópios instalados no Monte Paranal (1 200 quilómetros a Norte de Santiago do Chile, no deserto de Atacama) entrou em funcionamento. As primeiras imagens obtidas pelo VLT foram divulgadas em primeira mão no Porto.

Portugal deverá tornar-se membro de pleno direito do ESO no final do próximo ano, abrindo-se novas oportunidades para os astrónomos portugueses, que passarão a aceder ao mais moderno equipamento de observação astronómica.

De férias com a ciência

E se de oportunidades se trata, em território nacional a juventude é grupo populacional frequentemente contemplado pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia.

Jovens do secundário farão investigação ao lado dos cientistas. Assim o garante uma recente nota à Imprensa divulgada pelo Gabinete de Mariano Gago.

Estudar as «Aves limícolas no Estuário do Mondego» ou fazer «Espectroscopia de ressonância magnética nuclear e espectroscopia no nível de perocomplexos de oxoiões de metais», são tarefas diárias para cientistas. Mas nestas férias, estes e muitos outros temas vão ser ocupação de estudantes do ensino secundário.

Trata-se do programa «Ciência Viva nas Férias – Ocupação Científica dos Jovens», que foi apresentado, no passado dia 15 de Julho, contando com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, no Centro da Malária e Outras Doenças Tropicais (Instituto de Higiene e Medicina Tropical).

O Centro da Malária e Outras Doenças Tropicais (CMDT) é uma das 24 instituições de investigação científica que, durante o Verão, está a acolher grupos de alunos dos 10º, 11º e 12º anos, que, por turnos, para que estes participem nos seus trabalhos regulares de investigação. Neste Centro, doze alunos da Escola Secundária de Henriques Nogueira, de Torres Vedras e da Casa Pia de Lisboa, fazem o «Acompanhamento do ciclo biológico do parasita responsável pela malária, em um modelo de roedor». Fazem, igualmente, «Observação de agentes causais da malária e tripanosomíase por microscopia óptica e imunofluorescência», devidamente enquadradas e apoiados pelos investigadores do CMDT.

A coordenação e divulgação da iniciativa é da responsabilidade da Unidade Ciência Viva, organismo do Ministério da Ciência e da Tecnologia que desenvolve acções de promoção e difusão da cultura científica.

A selecção dos grupos de alunos foi feita pelos responsáveis de cada instituição científica, geralmente junto de escolas da sua área geográfica e com as quais costumam ter relações de apoio ao ensino experimental das ciências ou de divulgação científica. O ministério atribui um pequeno subsídio aos estudantes e suporta eventuais custos para a instituição de acolhimento.