POLÍTICA

 

DN/TSF/Universidade Moderna

PS CONSOLIDA MAIORIA E MARCELO EM QUEDA LIVRE

Se as eleições legislativas fossem hoje, o PS conquistaria uma muito confortável maioria absoluta, com 50,4 por cento, contra 28 por cento do PSD, 8,9 por cento da CDU e 5,4 por cento do PP, segundo uma sondagem DN/TSF/Universidade Moderna referente a Junho.

Ainda de acordo com a sondagem, a popularidade do líder do principal partido da oposição, Marcelo Rebelo de Sousa, regista uma grande quebra, descendo 14,1 por cento, sendo, inclusive, ultrapassado pelo seu novo aliado, Paulo Portas.

De salientar que o Governo do PS continua firme no poder, subindo em popularidade em relação a Maio, quando alcançou 49,7 por cento na última sondagem.

No que respeita aos políticos de esquerda, Jorge Sampaio, António Guterres e Maria de Belém continuam no «top» da popularidade, tendo o Presidente da República registado um aumento de 2,7 por cento.

Na direita, Pedro Santana Lopes, Durão Barroso e Cavaco Silva são as figuras mais populares, quedando-se o actual líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, por uma modesta 6ª posição, atrás de Freitas do Amaral, o que não deixa de ser significativo.

Sociologicamente, é interessante verificar que, profissionalmente, a sondagem revela que o eleitorado socialista encontra-se principalmente entre os reformados, empregados do sector terciário, operários e artífices e nos técnicos e profissionais do nível intermédio.

(JCCB)

 

Guterres faz apelo à moderação

OPOSIÇÃO COLOCA EM PERIGO ORÇAMENTO DE 99

O primeiro-ministro chamou a São Bento, durante a tarde de ontem, os líderes das três forças políticas da oposição com representação na Assembleia da República. Com esta atitude, António Guterres pretendeu apelar aos dirigentes máximos do PSD, PCP e PP para a necessidade de moderarem alguns projectos despesistas e que se encontram em fase de discussão final no Parlamento.

Consciente de que é preciso um acordo mínimo político e um consenso em muitas das áreas da governação, o secretário-geral do PS decidiu prevenir eventuais aprovações de diplomas que coloquem em causa as metas de execução orçamental no próximo ano. Caso se registem maiorias negativas entre o PSD, o PP e o PCP em torno de projectos para aumentos drásticos das pensões, dos financiamentos às autarquias, ou nos gastos com a Saúde, no fundo, está em risco o cumprimento do Pacto de Estabilidade por parte de Portugal, país que aderiu ao euro no primeiro grupo de Estados-membros.

Os diplomas dos partidos da oposição, tal como estão e se forem aprovados contra a vontade do Governo, poderão representar um acréscimo de despesas muito superior a cem milhões de contos, só em 1999. Valores que, seguramente, comprometem as condições de governabilidade do País e que apenas são apresentados pelo PSD, PCP e pelo PP com objectivos demagógicos e eleitoralistas.

Terça-feira, o PS já conseguiu evitar o agendamento apressado de um projecto do PP para um aumento irrealista das pensões. Os socialistas denunciaram que o agendamento do diploma dos populares não respeitava o Regimento da Assembleia da República, uma vez que, entre o dia da sua apresentação e o da votação, nem sequer havia 48 horas de diferença.

 

Governo empenhado no Alargamento a Leste

No último Conselho Europeu que terminou na passada semana em Cardiff, capital do País de Gales, o primeiro-ministro português, António Guterres reafirmou o seu empenhamento no alargamento da Europa a Leste. Para o primeiro-ministro, Portugal tem-se empenhado e defendido em todas as instâncias comunitárias, como aliás é do conhecimento de todos os países candidatos, o alargamento da União Europeia, sem que isso implique, no entanto, a diminuição do nível de recursos europeus a que Portugal tem direito.

Reforçando esta correcta interpretação dos factos ocorridos na Cimeira de Cardiff esta mesma ideia ficou, mais uma vez, confirmada nas declarações prestadas por Jaime Gama, ministro dos Negócios Estrangeiros no final da Cimeira, ao afirmar que o Governo português nunca colocou quaisquer condicionalismos quer de natureza temporal quer financeira, relativamente aos futuros alargamentos, cujo início depende exclusivamente da conclusão dos diferentes processos negociais em curso.

Ainda relativamente a este assunto o governo português entende que a data do alargamento não deve ser, em nenhuma circunstância, associada ao processo negocial do novo quadro financeiro, o qual, aliás, se prevê venha a estar concluído em data muito anterior às novas adesões.

Referindo-se à afirmação feita por Gil-Robles, presidente do Parlamento Europeu, ao Conselho em que considerava «pouco provável que o primeiro dos próximos alargamentos viesse a ter lugar no período de vigência da próxima legislatura do Parlamento Europeu» que, recorde-se terminará em Junho de 2004, António Guterres apenas referiu que, a confirmar-se esse cenário, todo o debate sobre as necessidades de financiamento da União estaria a basear-se num equívoco.

Nestas circunstâncias, a verificar-se a situação referida por Gil-Robles, seria facilmente possível garantir uma ajuda estrutural idêntica àquela a que países como Portugal têm vindo a requerer para o período financeiro 2000-2006.

No quadro do debate sobre a Agenda 2000 tem ficado claro que esta posição do Governo português em nada contrasta com o empenhamento, já diversas vezes manifestado por Portugal relativamente à integração dos países de leste na União Europeia. Segundo António Guterres em nenhum momento dos trabalhos da cimeira de Cardiff foi sugerido qualquer atraso no processo de alargamento. Situação esta que é, aliás, do conhecimento de todos os dirigentes políticos europeus presentes no Conselho, onde a questão nem sequer chegou a ser abordada.

(JMV)