EDITORIAL

 

OPOSIÇÃO SEM EMENDA

O frequente entendimento entre toda a oposição no sentido de bloquear a acção governativa do actual Governo Socialista leva-nos a questionar o seu real empenho na evolução e desenvolvimento económico do País.

Com efeito, depois da última coligação negativa efectuada no ano passado sobre a Lei das Finanças Locais em que chumbaram a proposta da bancada Socialista, a coligação negativa prepara-se agora, de novo, para impor ao Governo um aumento da despesa pública na ordem dos 150 milhões de contos.

A insistência da oposição em fazer aprovar no Parlamento medidas «irresponsáveis», que além de desvirtuarem o programa do Governo, sufragado por todos os portugueses, irão obrigar o executivo, contra o que tem acontecido nos últimos anos, a um aumento de impostos apenas para satisfazer caprichos de quem procura a todo o custo a instabilidade e a agitação.

Se os projectos em causa, lei das finanças locais - subscrito pelos três partidos da oposição -, o programa laranja que visa eliminar as filas de espera nos hospitais e o aumento extraordinário das pensões proposto pelo PP, forem aprovados estamos perante um cenário que irá desvirtualizar completamente as mais optimistas previsões económicas para o ano de 1999.

Neste sentido todos os compromissos assumidos pelo Governo e aplaudidos pela oposição, para a entrada na moeda única nomeadamente o cumprimento dos respectivos critérios de convergência e do Pacto de Estabilidade estarão colocados em causa. Estas projectos acabam por desvirtualizar completamente o espírito do Orçamento de Estado, criando uma situação de grande «instabilidade política» num momento em que Portugal se encontra numa fase de grande rigor orçamental e de preparação de grandes reformas em diversos sectores, nomeadamente nos sectores em que a coligação negativa tenta impor os seus projectos «oportunistas do ponto de vista político e demagogos para os cidadãos».

Será que os portugueses, depois de três anos sem aumento de impostos estão interessados em voltar a um clima de permanente instabilidade económica e política com o consequente aumento da carga fiscal?

A REDACÇÃO