O Conselho de Ministros aprovou:
Lei orgânica
O Conselho de Ministros aprovou, no dia 26 de Março, um decreto-lei que estabelece a orgânica do Ministério do Trabalho e da Solidariedade, um facto particularmente importante no momento em que se dá início ao processo de reforma do sistema de Solidariedade e Segurança Social.
A necessidade de melhorar a gestão financeira do sistema de Segurança Social, combatendo a fraude e a evasão contributiva, conduz à centralização da cobrança das contribuições sociais e da gestão da dívida à Segurança Social (SS) no respectivo Instituto de Gestão Financeira. A eficácia deste processo depende da criação de um sistema de informação da SS adequado - o Instituto de Informática e Estatística da Solidariedade -, cuja função é a de assegurar a qualidade e disponibilidade da informação, garantindo a melhoria da gestão e do atendimento aos beneficiários.
A garantia de transparência no funcionamento dos serviços do ministério tutelado por Ferro Rodrigues é dada pela criação da Inspecção-Geral do Ministério do Trabalho e Solidariedade, com funções inspectivas e de auditoria sobre todos os organismos.
Cria-se também o Instituto para o Desenvolvimento Social, que será a entidade coordenadora das comissões locais de acompanhamento do Rendimento Mínimo Garantido, das comissões locais de acção social da Rede Social e das comissões de protecção de menores.
Este instituto prestará apoio técnico às parcerias que foram e são desenvolvidas entre o Estado e as comunidades locais nos três âmbitos acima referidos, institucionalizando organicamente o desenvolvimento social.
Fundem-se as secretarias-gerais dos dois anteriores ministérios e cria-se um Departamento para os Assuntos Europeus e Relações Internacionais, extinguindo-se os serviços anteriormente competentes nestas áreas.
Extinguem-se, igualmente, os serviços de planeamento sectorial antes existentes e cria-se um único Departamento de Estudos, Prospectiva e Planeamento, mantendo-se sem embargo sectores distintos para a produção de informação respeitante a trabalho, emprego e formação profissional e solidariedade e segurança social.
Constituiu-se ainda um Departamento de Cooperação destinado
a conceber e executar programas de cooperação para o desenvolvimento.
Comércio
Clarificaram-se regras relativas a vendas com prejuízo e práticas negociais abusivas, de forma a tornar as condições de concorrência mais equitativas, estabelecendo-se também organismos de informação e consulta.
O Conselho de Ministros aprovou, no dia 26 de Março, um diploma que altera o decreto-lei de 1993 que proibia práticas individuais restritivas no comércio, tendo em vista torná-lo um instrumento eficaz na promoção do equilíbrio e da transparência das relações entre os agentes económicos.
Tendo-se verificado que o decreto-lei anterior, enquanto «ferramenta» de repressão dos comportamentos que impeçam uma concorrência leal entre empresas se encontra, hoje, desajustado devido às profundas alterações que se registaram nos últimos anos, em resultado de um peso cada vez maior da grande distribuição, alteram-se agora os preceitos relativos à venda com prejuízo, que passa a ser proibida.
Pretende-se, por um lado, eliminar as incertezas quanto ao cálculo do preço de compra efectivo e, por outro, incluir nesta legislação a venda com prejuízo ao consumidor, uma vez que esta prática lesa apenas os interesses dos agentes económicos.
Introduz-se também uma nova disposição visando sancionar as práticas negociais tidas como abusivas, sendo proibido obter, de fornecedores, preços, condições de pagamento, modalidades de venda ou condições comerciais exorbitantes em relação às condições gerais de comércio. Isto significa que não podem ser obtidas condições comerciais que se traduzam em benefícios para o comprador não proporcionais ao seu volume de compras ou ao valor dos serviços prestados.
O Conselho de Ministros aprovou na generalidade a criação do Observatório do Comércio e regulamentou o funcionamento do Conselho Sectorial do Comércio.
O Observatório, cuja criação está prevista no Acordo de Concertação Estratégica, deverá funcionar como um suporte de actividades e de iniciativas de alcance estratégico na promoção do valor acrescentado no sector do comércio, através de investigações e análises estruturais e de conjuntura, do tratamento de estatísticas e inquéritos, contribuindo para um melhor conhecimento da realidade.
Entre as questões prioritárias, estará o estudo dos horários dos estabelecimentos, a organização e adaptabilidade do tempo de trabalho e as condições e práticas concorrenciais.
Por seu turno, o Conselho Sectorial do Comércio é o órgão
de aconselhamento do ministro da Economia para o sector. Para além
das entidades do Estado ligadas ao comércio, estarão ainda
representados os parceiros sociais (tal como sucede no Observatório),
o que permitirá a convergência de esforços na estruturação
de uma política de comércio participada, funcionando como
elo de ligação entre o Observatório e os membros do
Governo responsáveis pelo sector.
Educação
O Governo regulamentou o processo de avaliação do trabalho dos docentes tendo, tudo para melhorar a qualidade do ensino e incentivar o mérito.
O Conselho de Ministros aprovou, no dia 26 de Março, um decreto regulamentar que define o processo de avaliação do desempenho dos professores da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, desenvolvendo os princípios estabelecidos na revisão do Estatuto Carreira Docente.
O diploma consagra medidas que visam, por um lado, contribuir para a melhoria da qualidade das práticas educativas dos docentes e, por outro, desenvolver mecanismos de incentivo ao mérito e ao reforço do profissionalismo docente.
A avaliação é centrada na escola e consiste numa reflexão do professor, que é avaliada pelo órgão pedagógico da escola e que se traduz numa classificação final atribuída pelo órgão directivo da escola. Os critérios e parâmetros para as classificações são nacionais.
Os docentes com bom aproveitamento poderão candidatar-se a uma avaliação extraordinária, a qual poderá dar-lhes uma bonificação do tempo de serviço com vista à mudança de escalão. Esta avaliação será feita ao nível das Direcções Regionais de Educação.
Nesta perspectiva, a avaliação é encarada como instrumento de desenvolvimento e valorização dos recursos humanos das escolas.
O processo de examinação, que ocorre em momentos de mudança de escalão, deve valorizar o exercício de cargos pedagógicos e as actividades desenvolvidas no estabelecimento de ensino e no âmbito sociocultural, devendo também ser articulado com a formação contínua de professores e tomar em conta o tempo de serviço em funções docentes ou equiparadas.
O Ministério da Educação vai criar um Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior para coordenar a última fase do processo de avaliação das instituições públicas ou privadas.
O conselho, criado por diploma que ainda não foi apreciado em Conselho de Ministros, é dotado de autonomia administrativa e financeira e actuará na terceira fase do processo de avaliação denominada «meta-avaliação».
O processo iniciou-se nas instituições de ensino superior públicas em 1995 com a auto-avaliação a que se segue a avaliação externa e a última etapa, a meta-avaliação.
Esta última fase, que poderá ser realizada por uma entidade externa portuguesa ou estrangeira, em coordenação com o Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, terá um carácter nacional e será igual para todos.
O diploma encerra assim toda a parte legislativa relacionada com a avaliação dos estabelecimentos de ensino superior público e privado.
Constituído por personalidades a nomear pelo Governo, pelos presidentes dos conselhos de avaliação, por representantes do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado, e das associações de estudantes, o organismo visa assegurar a harmonia, coesão e credibilidade do processo de avaliação.
Com um mandato de cinco anos, os membros do conselho terão uma série de funções, entre as quais apreciar a coerência global do sistema de avaliação com incidência nos indicadores utilizados nas várias modalidades de ensino, nos níveis de exigência praticados, na relação entre os cursos ministrados e as tendências do mercado de trabalho e na perspectiva da dimensão europeia dos cursos avaliados.
De acordo com a legislação sobre a matéria, se os resultados da avaliação (auto, externa e meta) das instituições de ensino superior forem negativos, estas podem ser alvo de medidas como a redução ou suspensão do financiamento público quando não aplicarem as recomendações, a suspensão do registo de cursos no caso das Universidades públicas ou revogação da autorização de cursos.
Todo o processo de avaliação das instituições de ensino superior públicas e privadas foi explicado, recentemente, pelo ministro da Educação, Marçal Grilo, na abertura de 1º Curso sobre Metodologias de Avaliação.
O evento, promovido pelo Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior da Fundação das Universidades Portuguesas, decorreu na Universidade do Porto.
O ciclo tem como objectivo principal a maior sensibilização
dos principais intervenientes na matéria - especialistas, agentes
da administração central e local, entre outros -, para as
grandes questões do ordenamento do território, urbano ou
não, no contexto actual, bem como para a respectiva importância
na definição dos parâmetros de qualidade de vida dos
cidadãos de hoje e nas perspectivas criadas para as próximas
gerações.
Administração do Território
e Cultura - O ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração
do Território, João Cravinho, e o ministro da Cultura,
Manuel Maria Carrilho, assinaram, no dia 26 de Março, em
Reguengos de Monsaraz, 16 contratos de execução das acções
de arqueologia e salvamento na área do regolfo da Albufeira do Alqueva.
No mesmo dia os dois governantes visitaram as exposições
«O Património Cultural de Alqueva» e «Minimizações
dos Impactos Patrimoniais de Alqueva, o Cromeleque do Xadrez» e assistiram
ao lançamento da brochura «Os Moinhos do Guadiana».
Agricultura e Desenvolvimento Rural
- O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento
Rural, Capoulas Santos, presidiu e fez o encerramento, no dia 27
de Março, em Beja, do colóquio subordinado ao tema «Desenvolvimento
das zonas rurais: que futuro?», realizado no Auditório do
NERBE, no âmbito da OVIBEJA'98.
Tratou-se de uma iniciativa das entidades gestoras do programa Leader II, com intervenção no Alentejo, em cooperação com a ACOS/OVIBEJA.
Recorde-se que o Leader é um dos programas comunitários mais importantes como instrumento de apoio ao desenvolvimento regional, visto que incentiva uma gestão descentralizada dos fundos europeus, envolve, até 1999, um investimento global de mais de 34 milhões de contos, visa contribuir para a concretização de iniciativas e projectos locais que gerem emprego no mundo rural e cobre mais de 86 por cento do território nacional, abrangendo mais de três milhões de pessoas, num universo de 3 140 freguesias rurais do País.
No dia 26 de Março, Capoulas Santos foi a Faro para presidir à primeira reunião do Conselho Regional Agrário do Algarve.
Nesta sessão, realizada na Comissão de Coordenação
do Algarve, para além da apresentação do novo sistema
de informação a instalar nas zonas agrárias concelhias,
foi discutida a estratégia negocial do Governo português na
reforma da Política Agrícola Comum, no âmbito da Agenda
2000, para além de outros assuntos de interesse regional.
Ambiente - A ministra do Ambiente,
Elisa Ferreira, presidiu, no dia 30 de Março, em Vila Real,
à assinatura de um acordo de colaboração entre o Ministério
do Ambiente e as Câmaras Municipais de Vila Real e Santa Marta de
Penaguião.
O acordo estabelece que, visto estar concluída a barragem do Sordo, se proceda à execução das obras relativas à captação, condutas elevatórias, tratamento, adução e reservatórios, para que as populações dos municípios em questão seja, já em 1999, abastecidas com a água desta albufeira.
Esta foi a solução encontrada para as graves carências de água sentidas todos os anos, por altura do Verão, por cerca de 50 mil pessoas.
Terminada a sessão de assinatura do contrato, na qual também esteve presente o secretário de Estado adjunto da ministra, Ricardo Magalhães, Elisa Ferreira visitou as obras do sistema de abastecimento, seguindo-se, posteriormente, a cerimónia pública de encerramento da lixeira municipal da Portela.
Também na passada segunda-feira, a titular da pasta do Ambiente assinou, em Coimbra, contratos-programa com 14 Câmaras Municipais da Região Centro para a construção ou recuperação de estações de tratamento de esgotos. Tratou-se da concretização da segunda fase do Programa Nacional de Tratamento de Águas Residuais Urbanas.
No dia 27 de Março, a ministra do Ambiente presidiu, na Feira
Internacional de Lisboa, à sessão de encerramento do IV Congresso
da Água, um evento que, desta feita, esteve subordinado ao tema
«A água como recurso estruturante do desenvolvimento».
Aveiro - O governador civil de
Aveiro, Antero Gaspar, presidiu, no dia 29 de Março, em Arouca,
à inauguração da sede do Centro Cultural, Recreativo
e Cultural de Santa Maria do Monte. Trata-se de uma entidade que permitirá
a ocupação dos tempos livres dos jovens, nomeadamente do
Grupo de Cantares Tradicionais, na Escola de Música e também
no desporto, onde possibilitará a prática de modalidades
como o ciclismo e o futebol.
No dia 28 de Março, Antero Gaspar deslocou-se ao concelho de Oliveira do Bairro, para presidir às comemorações do 12º aniversário da Associação Desportiva, Recreativa e Cultural de Serena (Adercus).
As referidas festividades tiveram início com a inauguração das obras da Capela e da rede de abastecimento de água ao lugar da Serena.
De seguida, Antero Gaspar inaugurou a Sala de Troféus,
na sede social, e assinou o contrato de compra e venda do terreno onde,
futuramente, será construída a Zona Desportiva da Adercus.
Cultura - O ministro da Cultura,
Manuel Maria Carrilho, assistiu, no dia 27 de Março, em Serpa,
ao espectáculo «Salomé», do grupo Teatro ao Largo,
realizado no Cine-Teatro por ocasião do Dia Mundial do Teatro.
Previamente, e na mesma casa de espectáculos, Manuel Maria Carrilho participou numa reunião sobre «Associativismo no Alentejo», apresentado no âmbito de um programa de apoio ao teatro amador na área abrangida pela Delegação Regional da Cultura do Alentejo.
A secretária de Estado da Cultura, Catarina Vaz Pinto,
assistiu, no mesmo dia, mas no Teatro académico Gil Vicente de Coimbra,
à recriação do texto dramático de Nélson
Rodrigues, «O Beijo no Asfalto».
Educação - O ministro
da Educação, Marçal Grilo, e a secretária
de Estado da Educação e Inovação, Ana Benavente,
visitaram, no dia 27 de Março, a Escola Secundária D. João
V, na Damaia (Amadora), onde assistiram à apresentação
do «Encontro de Culturas», uma iniciativa que integrou o plano
actual de actividades deste estabelecimento de ensino.
Emprego - O secretário de
Estado do Emprego, Paulo Pedroso, deslocou-se, no dia 26 de Março,
a Abrantes, para participar numa reunião de trabalho com empresários
da região, na qual foram debatidas questões ligadas à
promoção do emprego.
Faro - O governador civil de Faro,
Joaquim Fialho Anastácio, presidiu, ontem, no Pavilhão
Desportivo Municipal de Tavira, à sessão de abertura do IV
Encontro Mundial de Ténis-de-Mesa, um evento que contou com a presença
da secretária de Estado da Educação e Inovação,
Ana Benavente.
Em Vilamoura - Loulé -, o governador civil de Faro participou na sessão solene de abertura do XI Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
No dia no dia 26 de Março, Joaquim Fialho Anastácio
entregou, em Albufeira, a receita obtida na sequência da Festa de
Homenagem aos Atletas Algarvios Campeões Nacionais 1996/97, ocorrida
em Albufeira, no final do ano passado.
Inserção Social -
O secretário de Estado da Inserção Social, Rui
Cunha, presidiu, no dia 28 de Março, em Ílhavo, à
inauguração do Lar Divino Salvador, do Património
dos Pobres da Freguesia.
Saúde - A ministra da Saúde,
Maria de Belém, presidiu, no dia 27 de março, em Lisboa,
a uma sessão de esclarecimento para a Comunicação
Social relativa aos princípios fundamentais da reforma estrutural
de saúde apresentados, também na passada Sexta-feira, na
Assembleia da República pelo primeiro-ministro, António
Guterres.
Tesouro e Finanças - O secretário
de Estado do Tesouro e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos,
apresentou publicamente, no dia 27 de Março, em Lisboa, o Relatório
sobre Convergência, elaborado, a solicitação do Executivo,
pelo Banco de Portugal.