CULTURAS E DESPORTOS




SUGESTÃO



«ÑAQUE OU SOBRE PIOLHOS E ACTORES»

Uma passagem do romance de Agustin de Rojas Villadandro, «El Viaje Entretenido», que data de 1603, servirá para explicar o constitui o núcleo da peça «Ñaque ou sobre piolhos e actores», de José Sanchis Sinisterra.

«Ñaque são dois homens que fazem um trecho de um auto, um entremês, e dizem umas oitavas, vivem contentes, dormem vestidos, comem como esfomeados, despiolham-se no Verão entre os trigais e, no Inverno, com o frio, não sentem os piolhos».

O espectáculo descreve, numa hora e vinte minutos, o dia-a-dia de dois cómicos errantes, Solano e Rios, cujo diálogo oscila entre o humor, os piolhos e a metafísica.

O texto articula-se em torno de uma conversa que recupera vários subprodutos literários do século de ouro espanhol.

A representação teatral será levada ao palco do Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, hoje, amanhã e no sábado, dia 4, às 21 e 30, pelo Teatro Meridional.

Não perca!!!





QUE SE PASSA



CESTARIA EM ABRANTES

A Biblioteca Municipal António Botto promove, até ao dia 27, uma exposição bibliográfica sobre a vida e obra de Mário Cesariny.

Entretanto, o Posto de Turismo continua a promover a realização de exposições mensais com o objectivo de divulgar o trabalho dos artesãos abrantinos.

Assim, durante o mês de Abril, até ao dia 30, decorrerá, no referido local, uma mostra de cestaria dos artesãos Engrácia Silvestre e Francisco Lourenço, ambos da freguesia de Tramagal.



PEÇA NA AMADORA

«O Menino de Belém» é o espectáculo teatral de Manuel Martinez Mediero, com encenação de Tiago Rodrigues, que poderá ver, nos Recreios da Amadora, de terça-feira a sábado, pelas 21 e 30, ou aos domingos, às 16 horas.

No mesmo local poderá apreciar as cerâmicas «Fossiliformas», de Ilda Duarte Bragança.




ARTE EM BRAGA

Os trabalhos artísticos de Manuel Casimiro estão patentes ao público na Galeria da Universidade. A mostra intitula-se «Anos 90/91».




DESENHO EM COIMBRA

A exposição «Arpad Szenes - Desenho» estará patente ao público na Sala da Cidade, isto é, no Antigo Refeitório do Mosteiro de Santa Cruz, até ao fim de Maio.




EXPOSIÇÃO EM BRAGANÇA

Paulo Neves apresenta as suas novas esculturas na J.M. Gomes Alves.




MÚSICA EM LISBOA

«As Lições», de Ionesco, estarão em cena, amanhã e durante o fim-de-semana, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), pelas 21 e 30.

Para os mais pequeninos o CCB reservou, até ao dia 5, a Sala de Ensaio. É que a peça teatral «Colher de Pauta», um espectáculo com duração de 60 minutos e com direcção artística de Madalena Wallenstein, promete ser um bom momento para recordar.

Debussy, Verdi, Schumann, Fauré, Schubert, Rachmaninov, Gounod, Bellini, Rimsky-Korsakov, Samuel Baber, Sibelius, Joaquin Rodrigo, Lopes Graça, Tamezo Narita, Gosta Nystroem, Carlos Guastavino são os compositores cujas obras serão recriadas na Sala de Ensaio do CCB, na terça-feira, dia 7, às 19 horas. Trata-se do concerto «Cantos sobre o Mar».

O Coro e a Orquestra Gulbenkian, sob a direcção do maestro Michel Corboz e com a soprano Sandrine Piau, a contralto Bernarda Fink, o tenor Anthony Rolfe Johnson, o baixo I Marcos Fink e os organistas I e II, Marcelo Giannini e Nicholas McNair, respectivamente, apresentar-se-ão no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, nos dia 7 e 8, pelas 19 horas, para interpretar «Paixão Segundo São Mateus», de Bach.

A obra simplesmente inclassificável de Alain Séchas estará aberta ao público, na Galeria 2 da Culturgest, até ao dia 19 de Abril.




JAZZ EM MATOSINHOS

O Zajj Quarteto dará, hoje, amanhã e no sábado, dia 4, às 23 e 30, um concerto de música jazz, no B. Flat Jazz Club.




AGUARELAS E ÓLEOS EM ÓBIDOS

O Solar da Praça de Santa Maria voltará a acolher uma manifestação de índole cultural no período compreendido entre os dias 4 e 26 deste mês.

Desta feita, a exposição de aguarelas e óleos que ali estará patente pertence ao pintor alemão Thomas Schittek.

Como trabalhos catalogados o artista apresentará, em 1990/91, «Olivenbeur»/Oliveiros/Peniche, «Tagebuch der Sonne»/Diário do Sol/Peniche; em 1992, «Funf Konige»/Cinco Reis/Munique; em 1993, «Segel der Funke Konige»/Velas dos Cinco Reis/Munique e em 1994, «Gebeustsvorbereitungsee»/Chá do Pré-Canto/Baleal-Peniche.




LIVRO EM PORTIMÃO

Manuel Alegre estará, amanhã, na Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes, a partir das 21 e 30, para a apresentação do seu mais recente livro de poesias, «Senhora das Tempestades».




FESTIVAL NO PORTO

O IX Festival Intercéltico do Porto começa amanhã, no Teatro Municipal Rivoli.




TEATRO EM SEIA

No Auditório Municipal, esta semana haverá «Cenas Demasiado Comuns e Borboletas». Trata-se de um trabalho colectivo do Teatro Aquilo, da Guarda, que poderá ser visto, hoje e amanhã, às 21 e 30.




PINTURA EM SINTRA

A Galeria Municipal do Museu Regional de Sintra foi o local escolhido para exibir os trabalhos de pintores como Augusto Costa, Cândida Cunha, Christine Hèléne, Celeste Relvas, Francisco Augusto Afonso, Luís Rodrigues, Maria Cidália Nunes, Manuel de Andrade Vitória, Regina Serra Cerdeira e Sónia Sangar Corral, entre outros, numa colectiva de pintura que estará à mostra até ao dia 15 de abril.

O horário da Galeria é de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 12 horas e das 14 e 30 às 19 horas. aos sábados este espaço cultural encontra-se aberto a visitas a partir das 14 e 30 e até às 19 horas.





POEMA DA SEMANA
Selecção de Carlos Carranca


Eh! laranjinha, 'aranjinha boa

mia siôa!

Vem de longe, do Catete

onde há batuque e quitende.

Vem de longe o seu sorriso,

sorriso que se intromete

sem querer nos olhos da gente.

Vem de longe o seu sorriso

sempre fresco, sempre aberto.

E o passo ligeiro, certo,

batendo a terra encarnada

já quente ao sol matutino,

revela em cada pegada

o mover airoso, fino,

de uma rainha ignorada.

Leva colar de missanga,

panos de garrida cor.

E nos lábios - a verter

tom de madura pitanga -

a promessa de um amor

que é a razão do seu viver.

Leva colar de missanga,

panos de garrida cor.

Eh! laranjinha, 'aranjinha boa

mia siôa!

Cantando caju ou manga,

maboque, ananás, mamão,

Alta e Baixa de Luanda,

o Muceque e Sambizanga

reconhecem-lhe o pregão.

E afirmam certos poetas

que a magia dessas cores

que lhe enfeitam a quitanda,

se derramou das paletas

de exotíssimos pintores.

Dengosa p'la estrada fora,

mal irrompa o claro dia,

com tanta graça apregoa

que a própria aurora

é nela que se anuncia!

Eh! laranjinha, 'aranjinha boa

mia siô... ô... a!



Maria Eugénia Lima

Angola