CIÊNCIA & TECNOLOGIA 




Meios técnicos abrem caminho

CULTURA CIENTÍFICA PARA OS PORTUGUESES

Um novo planetário para a cidade do Porto, uma Rede Nacional Ciência Viva e um inédito canal nacional na TV Cabo sobre ciência, tecnologia e sociedade da informação foram as três novidades que marcaram as comemorações do Dia Nacional da Cultura Científica, realizadas no passado dia 24 de Novembro.

Foi Mariano Gago, ministro da Ciência e da Tecnologia, quem levou as boas-novas até à Cidade Invicta, por ocasião da sua deslocação à metrópole portuense para oficializar a abertura do planetário local.

Mariano Gago considerou o planetário do Porto como «um passo em frente na promoção da cultura científica em Portugal».

Segundo o governante, o planetário é «extremamente inovador e o primeiro, a nível europeu, de grande dimensão, segundo os preceitos da moderna museologia científica, articulando as actividades de investigação coma divulgação».

«Este local não constitui uma palavra vã, são as pessoas que trabalham no Centro de Astrofísica, os alunos que preparam teses de doutoramento, que estão a terminar as suas licenciaturas e que trabalham e colaboram como animadores para a divulgação científica da astronomia que vêem uma das suas necessidades suprida», salientou Mariano Gago.

Recorde-se que o referido planetário, onde funcionará o Centro de Astrofísica da Universidade Portuense (CAUP), vai iniciar em pleno as suas actividades a partir de Janeiro de 1998, funcionando até agora com sessões experimentais.



Planetário do Porto

Inaugurado no âmbito do Dia Nacional da Cultura Científica, o planetário do Porto, cuja construção custou 800 mil contos (pagos pela autarquia, pela Universidade do Porto e pelo Governo), localiza-se num edifício do Polo II da universidade portuense, na zona do Campo Alegre.

Para o titular da pasta da Ciência e da Tecnologia, com esta inauguração «a actividade científica desenvolvida nos últimos dez anos pelo CAUP ganha uma casa que é simultaneamente de ciência e de cultura para a população portuense».

Na cerimónia de inauguração, o reitor da Universidade do Porto, Alberto Amaral, salientou a «excelente» cooperação entre esta entidade e a Câmara portuense, deixando patente o seu apoio à recandidatura de Fernando Gomes ao terceiro mandato da respectiva autarquia.

Por seu turno, o presidente do município portuense classificou esta nova infra-estrutura de «um grande equipamento científico e lúdico do Porto e um marco indelével da relação universidade/cidade».



Cabo da ciência

Entretanto, e também no Dia Nacional da Cultura Científica, Mariano Gago falou do lançamento, já no próximo ano, de uma canal nacional de transmissão televisiva via cabo que terá como temática específica a ciência a tecnologia e a sociedade da informação, tratando-se esta de mais uma iniciativa orientada no sentido de aproximar o público do universo científico e tecnológico.

«É essencial, que, utilizando os espaços disponíveis, agora com a TV Cabo e mais tarde com a TV digital, se abram canais especializados, designadamente para a ciência, tecnologia e sociedade da informação, dando oportunidade ao público de ter acesso a estas matéria», disse Mariano Gago.



Rede Ciência Viva

O ministro falava perante os jornalistas, passando, imediatamente depois, a anunciar formalmente o lançamento a Rede de Centros Ciência Viva - um conjunto de organismos interactivos de divulgação científica a instalar em todas as regiões do País.

A cooperação e intercâmbio nacional e internacional de experiências, a formação e reciclagem de animadores científicos, a produção de exposições itinerantes e o desenvolvimento de métodos e linguagens de comunicação científica são alguns dos objectivos desta rede.

Todos estes anúncios e inaugurações são produto de um árduo trabalho da governação socialista com vista a incentivar o interesse pelo conhecimento tecnológico e científico e dar, de alguma forma, resposta às inúmeras carências de infra-estruturas registadas neste sector.

Foi no mesmo dia da inauguração do Planetário do Porto que o Presidente da República, Jorge Sampaio, alertou para a necessidade de «ter presente que a ciência exige recursos e meios poderosos».

O chefe de Estado intervinha na Academia de Ciências, durante a homenagem nacional aos 21 professores expulsos da Universidade em 1947, integrada, também, na celebração do Dia Nacional da Cultura Científica, e em que esteve presente, entre outros, o antigo Presidente da República Mário Soares.

«Temos de ganhar consciência de que apostar a fundo na investigação científica é o investimento a prazo mais rentável», defendeu Sampaio.

(MJR)