A demissão do ministro da Presidência e da Defesa, António Vitorino, veio precipitar um reajustamento na equipa governamental que o primeiro-ministro, António Guterres, tinha programado para depois das eleições autárquicas.
A rapidez com que António Guterres procedeu a este reajustamento governamental - em menos de 48 horas - permitiu demonstrar, mais uma vez, como o primeiro-ministro é capaz de reagir com determinação, rapidez e eficácia perante situações complexas como a que ocorreu inesperadamente na passada semana.
António Guterres soube, num curto espaço de tempo, tomar as decisões adequadas à reorganização do seu elenco governativo, mantendo inalterável o espírito que a ele preside desde a sua formação - a Nova Maioria saída dos Estados Gerais - e, ao mesmo tempo, dar uma nova capacidade de intervenção política e uma maior eficácia. Tratou-se de uma remodelação, sem desgaste político, que permitiu reforçar a coesão da equipa governativa e que deixou a oposição, constantemente crítica das capacidades interventivas do primeiro-ministro, sem espaço para as suas habituais parábolas.
A saída do executivo de António Vitorino deixou António Guterres, bem como todos os socialistas, preocupado e apreensivo. A emoção do primeiro-ministro foi bem visível na curta declaração que fez à imprensa, ainda no Luxemburgo, onde se encontrava a participar na cimeira extraordinária sobre o emprego.
Para António Guterres, Vitorino, é, além de um velho companheiro político, um grande amigo que lhe merece toda a admiração. A irrepreensível atitude de António Vitorino é do ponto de vista ético e moral exemplar e reveladora da nobreza de carácter do seu autor merecendo o aplauso generalizado.
Prova disso, foi a solidariedade demonstrada por toda a família socialista, pela generalidade da oposição, e pelos chefes do Estado-Maior-General e dos três ramos das Forças Armadas.
A REDACÇÃO