EDITORIAL




AS INTEMPÉRIES E A DEMAGOGIA POLÍTICA

A acreditar nas promessas de alguns candidatos às próximas eleições autárquicas o país tornar-se-ia, como que por magia, resistente à mais forte chuvada ou à mais terrível intempérie.

Estes aprendizes de feiticeiro, capazes de prometer o céu e a terra aos mais desprevenidos, aparecem, como aves de rapina, à boca das urnas com o exclusivo objectivo de conseguir «arrebanhar» os votos suficientes para ascenderem aos ambicionados lugares e não para tentarem solucionar os problemas das respectivas populações que, juram amiúde, os preocupam profundamente.

Felizmente, que estes aprendizes de feiticeiro não passam, na maioria das vezes, disso mesmo, acabando por desaparecer no rescaldo da contagem dos votos, esmagados por aqueles que, eivados da sabedoria popular, não se deixam enganar por promessas vãs.

Todos sabemos que as fortes chuvadas que recentemente têm assolado o País constituem uma anormalidade que tem provocado sérios prejuízos materiais e nos Açores, infelizmente, a perda de vidas humanas. A vida e os haveres das pessoas que têm sofrido as consequências destas extraordinárias chuvadas, merecem o maior respeito, pelo que todo o aproveitamento eleitoralista só pode ser entendido como uma prova de desrespeito por estes cidadãos. A baixa política a que certos candidatos autárquicos recorrem, em franca situação de desespero, não engrandece, de forma alguma, as eventuais boas ideias que defendam.

Só por ignorância ou por má fé se pode culpar o cidadão A ou B, pelas consequências desta ou daquela catástrofe. As causas destes acontecimentos, prendem-se, na maior parte das vezes, com o caos urbanístico resultante da inexistência, durante muitos anos, de planos directores municipais e de um consequente crescimento desordenado, fruto de uma elevada concentração populacional numa pequena faixa litoral.

É, no entanto, de realçar e enaltecer o trabalho de todos os agente ligados aos serviços camarários, aos bombeiros, à protecção civil, às forças de segurança, aos serviços de saúde e aos governos regionais que, num muito curto espaço de tempo, conseguiram resolver os inúmeros problemas para que foram solicitados, permitindo restabelecer rapidamente a normalidade.

A REDACÇÃO