O fruto da necessidade de representar o confronto entre a realidade e a ficção de Mathilde Monnier traduziu-se num objecto ficcional do próprio universo artístico da coreógrafa, que se intitulou «L'Atelier en Pieces».
Nos anos 60 a palavra de ordem era a experimentação. As obras celebravam sem problemas a liberdade do corpo, criando uma certa rebelião contra a homogeneização e as normas impostas socialmente. Duas décadas mais tarde, nos anos 80, as obras coreográficas transformaram-se em espelhos de um mundo organizado onde os valores prioritários passaram a ser a especialização e o requinte tecnológico.
A partir da observação deste mundo de reclusão, Mathilde Monnier tenta fazer emergir os bailarinos num universo imaginário próprio, num espaço opaco, fechado, movediço, onde a imagem real pode conviver com a imagem virtual, produzindo, por sua vez, o seu espaço sonoro.
Assim, o «Atelier en Pieces» é uma dança que atravessa o indivíduo único e singular, sendo esta travessia a matéria da obra.
«L'Atelier en Pieces» poderá ser apreciado amanhã, às 21 e 30, no sábado, dia 8, às 17 horas e às 21 e 30, e no domingo, dia 9, às 17 horas, no Grande Auditório da Culturgest.
Patente até ao final deste mês estará, no Museu Municipal, a exposição do Prémio Amadeu Souza-Cardoso.
O Bernardo Moreira Trio, com Bernardo Moreira no contrabaixo, Carlo Morena ao piano e Marcello di Leonardo na bateria, actuará, no dia 12, no Salão Polivalente da Casa Municipal da Cultura, às 22 horas, no âmbito da iniciativa intitulada «Jazz - Ciclo de Quartas».
Organizada pelo Governo de Macau e pela Câmara Municipal, decorrerá no Museu Dr. Santos Rocha e Auditório, até ao dia 16, a «II Quinzena de Macau».
Assim, saiba que já está patente ao público a exposição «Cem anos que mudaram Macau».
Amanhã, às 21 e 30, não perca a conferência explicativa da referida mostra que se realizará no Auditório Municipal - Museu que terá como orador Sérgio Infante.
O sábado, dia 8, reserva, a partir das 15 e 30, o lançamento de livros editados em Macau, a saber: «Curiosidades de Macau», de Luís Gonzaga Gomes, «Caminho do Oriente», de Jaime do Inso e História de Macau I, tomos I e II, de Gonzalo Mesquitela.
Ainda no âmbito da II Quinzena de Macau, haverá, no domingo, uma conferência, «Memória Histórica e Património Cultural», a cargo de Maria Calado, no Auditório Municipal, às 21 e 30.
Hoje, amanhã, e no sábado, pelas 21 e 30, e no domingo, dia 9, às 16 horas, em local a confirmar, a Fundação Calouste Gulbenkian apresenta o «Artaud Estúdio», um projecto de Paulo Filipe.
Também hoje e nos dias 7, 8 e 9, a peça teatral «Marie & Bruce», de Wallace Shawn, será representada na Sala de Ensaio do Centro Cultural de Belém.
Os espectáculos de hoje e amanhã decorrerão a partir das 22 horas, no sábado o espectáculo começará pelas 19 horas e no domingo haverá duas representações, uma às 17 e a outra às 22 horas.
No dia 8, às 21 e 30, a Igreja da Graça receberá o Coro Gulbenkian e o Grupo Instrumental que, sob a direcção do maestro Michel Corboz, interpretarão as obras de Henri Purcell, Johannes Brahms e Bach.
O primeiro programa do Ballet Gulbenkian começará no dia 12 e prolongar-se-á até ao dia 15.
Este conjunto de reconhecidos bailarinos executarão coreografias de Rui Horta, «Lunar», de Itzik Galili, «Butterfly Effect», e de Jiri Kylian, «Seis Danças», sob a direcção artística de Iracity Cardoso, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian.
A Sala-Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II estará reservada, durante todo o mês de Novembro, para a representação da peça «Os Portas», de John Godber, com tradução de João Cravinho e a adaptação, bem como a encenação de André Gago.
Durante o mesmo período, o Teatro Tivoli será palco de um Clamor-Concerto. Trata-se de uma selecção de textos a cargo de Luísa Costa Gomes, com base na obra do Padre António Vieira, que contou com a consultoria literária de Margarida Vieira Mendes.
A associação Arco-Íris, uma associação de apoio à pessoa com deficiência motora, vai realizar o seu primeiro espectáculo cultural, no sábado, dia 8, pelas 21 e 30, no Salão Paroquial de São João de Ovar. A iniciativa contará com a presença do grupo de música popular Pão de Ló de Ovar, a Tuna dos Voluntários de São João da Madeira, e do artista animador Armando Oliveira.
Hoje, às 19 horas e às 21 e 30, no Pequeno Auditório do Rivoli-Teatro Municipal, assista ao espectáculo intitulado «Cinema e Jazz».
Amanhã e no sábado, dia 8, pelas 24 horas, haverá mais um «Club Jazz» no Café-Concerto do Rivoli.
Será também «A Propósito de Jazz» que, na terça-feira, dia 11, Francisco Camacho falará sobre os percursos da dança e da produção de «Gust», apresentando a coreografia, em estreia absoluta, no Teatro Municipal.
Mas se o que procura não é ouvir falar de música mas sim ouvi-la, não deixe de ir até ao Rivoli, no dia 9, a partir das 21 e 30, porque lá encontrará Leroy Jones Quinett e a sua trombeta.
E, se o que prefere é mesmo passar um momento agradável com os seus filhos, então saiba que o Pequeno Auditório do Teatro Municipal foi reservado, nos dias 11 e 12, às 9 e 30 e às 14 e 30, para uma peça teatral intitulada «Inventão».
Por fim, também na quarta-feira, dia 12, às 18 horas, Alexandre Quintanilha prosseguirá o ciclo de conferências do Rivoli, sob o tema genérico «A qualidade de vida e o seu significado», falando sobre um assunto mais específico, a saber, «Fausto e Prometeu no imaginário ocidental».
A Delegação local do Instituto Português da Juventude promove encontros entre o delegado do IPJ e dos jovens interessados.
Esta iniciativa intitulada «Conversas com o delegado, e um café», realizar-se-á às quintas-feiras, durante Novembro.
Durante este mês decorrerão, no Palácio Valenças, em Sintra, um ciclo de «Concertos de Fim de Tarde» que terão início, sempre, às 17 horas.
«Cinco Reis» é o nome da exposição do pintor Thomas Schittek que a Galeria Municipal de Fitares, em Rio de Mouro, terá patente até ao dia 23 de Novembro, de quartas-feiras a domingos das 16 às 22 horas.
Se quiser assistir à exibição da mais recente comédia romântica protagonizada por Julia Roberts, não perca mais tempo e vá, hoje mesmo, às 21 e 30, ao Cine Templários.
No âmbito do Projecto de Desenvolvimento Integrado de Tomar (PDIT), realizou-se, em Carregueiros, um curso de Artes Decorativas.
Os trabalhos ali realizados podem verse na mostra que vai estar na Casa Vieira Guimarães, a partir de amanhã e até à quarta-feira, dia 12.
Os reposteiros e «peneaux», de Maria Filomena Mascarenhas de Lemos, são os objectos artísticos expostos na Galeria Maria Lebre. Trata-se de uma proposta decorativa para ver até ao dia 20, de terça a sexta-feira, das 14 e 30 às 19 e 30 e aos sábados, das 10 horas às 13 e 30.
Se tudo o que tem o contributo humano para a sua existência é cultura, então as tabernas também o são. Estes locais foram, durante muito tempo, centros de conversas masculinas. Com o passar dos anos foram esquecidos, mas houve algumas tabernas sobreviventes.
Durante o mês de Novembro, o Museu Nacional exibirá as «Ultimas Tabernas». Uma exposição que, além de imagens fotográficas, integra um conjunto de documentação e objectos relacionados com estes lugares tradicionais de debate.
Trata-se de uma curiosidade para ver de terças-feiras a domingos,
das 10 horas às 12 e 30 e das 14 horas às 17 e 30.
Classificação de monumentos
O Governo classificou e reclassificou conjuntos, edifícios, construções ou locais que deverão ser protegidos e preservados como memória histórica.
O Conselho de Ministros aprovou, no dia 30 de Outubro, um decreto que classifica como monumentos nacionais, como imóveis de interesse público e como valores concelhios um conjunto de mais de 150 locais ou edifícios.
São classificados como monumentos nacionais o conjunto arquitectónico e arqueológico de Idanha-a-Velha, a igreja da Graça, em Coimbra, a igreja matriz da Vestiaria, no distrito de Leiria, a Real Fábrica de Gelo da Serra de Montejunto e o conjunto do Palácio Vale-Flor, ambos no distrito de Lisboa, e o Castro do Bom Sucesso, no distrito de Viseu.
Por seu turno, como imóveis de interesse público ficaram a ser considerados edifícios como a antiga Capitania do Porto de Aveiro, o Teatro Ester de Carvalho, em Montemor-o-Velho, as muralhas da cidade de Faro, a Casa Metello de Nápoles, em Pinhel, o conjunto do Paço do Lumiar e o Cinema Tivoli, em Lisboa, a zona histórica do Porto e a Estação de Caminhos de Ferro de São Bento, no Porto, bem como o Solar Abreu Madeira, em Canas de Senhorim, Viseu.
Classificados, também, como estruturas de interesse público foram as minas romanas de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, o Forum Romano de Tomar, duas dezenas de antas no distrito de Portalegre, o povoado e santuário de Endovélico, no distrito de Évora, a gruta de Dine, em Vila Pouca de Aguiar e o Castro de Ossela, em Oliveira de Azeméis.
Por fim, são, desde a passada semana, considerados valores concelhios mais de três dezenas de imóveis ou locais nos municípios de Anadia, Estarreja, Sever do Vouga, Cabeceiras de Basto, Bragança, Torre de Moncorvo, Fundão, Oleiros, Coimbra, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Arraiolos, Estremoz, Alcobaça, Marinha Grande, Pombal, Loures, Sintra, Porto, Póvoa de Varzim, Chamusca, Mação, Palmela, Setúbal, Paredes de Coura, Peso da Régua, Carregal do Sal, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo e Resende.
Selecção de Carlos Carranca
«É impossível discutir...»
É impossível discutir seja o que for.
Se se tem razão, ou não tem
É totalmente indiferente:
ou se aceitam as regras do jogo, ou se muda de vida e de lugar.
Jorge de Sena