GOVERNO
CONSELHO DE MINISTROS
Reunião de 15 de Outubro de 1997
O Conselho de Ministros aprovou:
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Uma proposta de lei de Orçamento do Estado para 1998;
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As Grandes Opções do Plano para 1998, uma vez ouvido o parecer
do Conselho Económico e Social, e no cumprimento do calendário
legislativo;
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Uma proposta de lei, a enviar à Assembleia da República,
sobre as finanças das Regiões Autónomas, dando cumprimento
ao seu Programa de Governo e criando, pela primeira, vez um claro e estável
instrumento de relacionamento financeiro entre a República e as
suas Regiões Autónomas, que deixarão, assim, de depender
de negociações anuais;
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Um decreto-lei que adopta o regulamento de inspecções para
avaliação da aptidão física, mental e psicológica
suficiente para o exercício, com segurança, da condução
de veículos a motor;
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Uma resolução que estabelece as condições finais
e concretas da primeira fase do processo de reprivatização
da Brisa - Auto-Estradas de Portugal, SA. Será privatizado até
49 por cento do capital social;
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Um decreto-lei que altera parte do terceiro Sistema de Incentivos Financeiros
ao Investimento no Turismo (SIFIT III), no âmbito da revisão
do quadro financeiro de investimento ao turismo;
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Uma resolução que nomeia Feliciano Pereira Martins
para coordenador do Programa de Desenvolvimento Integrado do Vale do Côa;
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Um decreto que ratifica a convenção sobre avaliação
de impactos ambientais transfronteiriços, assinado na Finlândia,
em 25 de Fevereiro de 1991, no quadro das Nações Unidas;
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Uma resolução que indemniza os familiares de Abel da Ponte
Nobre, falecido na sequência de um acidente quando prestava serviço
benévolo no Consulado de Portugal em Bordéus;
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Um decreto-lei que consagra um regime de constituição de
fundos de investimento imobiliário por trabalhadores de sociedades
em processo de reprivatização;
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Um decreto-lei que assegura que o tempo de serviço prestado em cargos
dirigentes por funcionários oriundos da carreira de investigação
do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
que tenham transitado para a carreira técnica superior, conte para
todos os efeitos legais;
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Um decreto-lei que regula a transição do pessoal colocado
nos mapas das Administrações Regionais de Saúde para
os lugares dos respectivos quadros de pessoal;
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Um decreto-lei que retira ao Banco de Portugal competências na supervisão
de fundos de investimento, que são também, na generalidade,
exercidas pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários,
e sobre as quais o Banco de Portugal tinha de dar parecer, o que tornava
o sistema pouco eficaz e lento;
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Um decreto-lei que altera a composição e o funcionamento
do conselho administrativo da Direcção-Geral dos Assuntos
Consulares e Comunidades Portuguesas, destinado a aumentar a eficácia
necessária à modernização global da rede consular
portuguesa;
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Um decreto-lei que altera o diploma que cria a zona especial de protecção
do estuário do Tejo, determinando a interdição do
licenciamento de loteamentos urbanos e industriais que tenham dado entrada
nas câmaras municipais após 5 de Novembro de 1994;
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Um decreto que adopta o convénio entre Portugal e Espanha para a
construção de uma ponte rodoviária sobre o rio Tâmega,
entre Vila Verde da Raia e Feces de Abaixo, assinado em Madrid, em 18 de
Janeiro de 1996;
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Um decreto que adopta o convénio entre Portugal e Espanha para a
construção de uma ponte rodoviária sobre o rio Maçãs,
entre Quintanilha e San Martin de Pedroso, assinado em Madrid, em 18 de
Janeiro de 1996;
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Um decreto que adopta o acordo entre Portugal e o Chile sobre promoção
e protecção recíproca de investimentos, assinado em
Lisboa em 28 de Abril de 1995;
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Um decreto regulamentar que reformula a estrutura da remuneração
base correspondente à categoria de professor efectivo do antigo
ensino médio agrícola, passando a ter desenvolvimento idêntico
ao da categoria de carreira da carreira técnica superior;
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Uma resolução que nomeia coordenador da comissão organizadora
da reunião de Chefes de Estado e de Governo dos países ibero-americanos,
que se realizará em Portugal, em Outubro de 1998, o ministro plenipotenciário
António Chambers de Antas de Campos;
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Um decreto-lei que adopta o Regulamento Consular, cuja base datava de 1920.
Economia e Finanças
ORÇAMENTO DE ESTADO PARA 1998
O Conselho de Ministros aprovou, no dia 15, a proposta de lei de Orçamento
do Estado para 1998, que foi entregue, um dia depois, na Assembleia da
República.
De acordo com as prioridades do Governo, o Orçamento reforça
a despesa nas áreas sociais, isto é, Educação,
Saúde e Solidariedade e Segurança Social.
Regista-se igualmente um crescimento nas áreas da Cultura e da
Ciência e Tecnologia, bem como do Ambiente.
Este crescimento das despesas nas áreas prioritárias referidas
faz-se, novamente, sem quaisquer aumentos de impostos, havendo antes um
reforço no combate à fraude fiscal, em nome da justiça
e um acréscimo de eficiência na Administração
Fiscal, como tem ocorrido nos últimos exercícios orçamentais.
O défice programado é de 2,5 por cento do Produto Interno
Bruto (PIB), continuando a baixa verificada nos últimos anos, nomeadamente
a partir de 1995. A inflação prevista é de dois por
cento.
A trajectória descendente da dívida pública iniciada
em 1996, irá manter-se em 1998.
O Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) das Autarquias assegura
a todas as autarquias um crescimento nominal dos seus recursos em, pelo
menos, dois por cento o que, em termos de crescimento real, deverá
traduzir-se também por um ligeiro aumento.
No conjunto, o FEF crescerá 7,1 por cento. Regista-se também
a atribuição de uma verba de 7 milhões de contos às
freguesias, a qual não sairá deste fundo.
Novo quadro normativo
LEI DAS FINANÇAS REGIONAIS
As contas da Madeira e dos Açores com a República obedecem
agora a um novo quadro normativo que privilegia a clareza das relações
em matéria económico-financeira.
O Conselho de Ministros aprovou, no dia 15, uma proposta de lei, a enviar
à Assembleia da República, sobre as finanças das Regiões
Autónomas, dando cumprimento ao seu Programa de Governo e criando,
pela primeira vez, um claro e estável instrumento de relacionamento
financeiro entre a República e as suas Regiões Autónomas,
que deixarão, assim, de depender de negociações anuais.
O diploma estabelece que a autonomia financeira regional se desenvolve
no respeito pelos princípios da legalidade, da economicidade da
despesa pública e da sua sujeição aos controlos administrativo,
jurisdicional e político.
A proposta de lei norteia-se pelo princípio da solidariedade
nacional, que é reciproca, abrangendo o todo nacional e cada uma
das suas parcelas, devendo as Regiões Autónomas contribuir
para o desenvolvimento equilibrado do País e para o cumprimento
dos objectivos de política económica a que o Estado português
esteja vinculado, nomeadamente os decorrentes da União Europeia.
Quanto à dívida pública regional, ser-lhe-ão
definidos limites máximos no Orçamento de Estado (OE) de
cada ano, não podendo o serviço da dívida total, incluindo
as amortizações anuais e os juros resultantes do endividamento
adicional, exceder 25 por cento das receitas correntes do ano anterior.
As transferências do Estado para as regiões incluem transferências
orçamentais de acordo com uma fórmula prevista na lei ou
num montante igual à transferência prevista no ano anterior
multiplicada pela taxa de crescimento da despesa pública corrente
prevista para o orçamento desse ano, aplicando-se, entre estes dois,
o critério que for mais favorável para as regiões.
Haverá também um Fundo de Coesão com dinheiros provenientes
do OE, destinados a financiar projectos de investimento, desde que não
sejam causa de endividamento adicional.
As respectivas Assembleias Legislativas Regionais têm poderes
para decretar ou adaptar impostos de âmbito nacional, podendo alterar
matérias de incidência, taxas e benefícios fiscais,
dentro dos limites fixados na lei.
O diploma estabelece ainda um apoio especial à amortização
das dívidas públicas regionais, sendo que no próximo
ano serão amortizados ou assumidos cerca de 62 milhões de
contos da dívida pública dos Açores e cerca de 76
milhões de contos da dívida pública da Madeira. Em
1999 serão amortizadas ou assumidas as diferenças necessárias
para perfazer 110 milhões de contos para cada uma das regiões.
Primeira fase
PRIVATIZAÇÃO DA BRISA
O Conselho de Ministros aprovou, no dia 15, uma resolução
que estabelece as condições finais e concretas da primeira
fase do processo de reprivatização da Brisa-Auto-Estradas
de Portugal, SA. Será privatizado até 49 por cento do capital
social.
Esta primeira fase realizar-se-á mediante uma Oferta Pública
de Venda (OPV) no mercado nacional e de uma venda directa a um conjunto
de instituições financeiras que ficam obrigadas à
ulterior dispersão das acções no mercado nacional
e internacional.
Na OPV, destinada ao público em geral, será reservado
um lote de acções para os trabalhadores da Brisa, pequenos
subscritores e emigrantes, os quais beneficiarão de um desconto
de três por cento. Os trabalhadores podem ainda optar por pagamento
a prestações, no prazo de um ano; se escolherem o pagamento
a pronto, beneficiam de um desconto adicional de três por cento.
Os trabalhadores, pequenos subscritores e emigrantes que conservem as
suas acções durante o ano seguinte à sessão
de bolsa destinada à OPV, receberão uma acção
por cada 25, como prémio de fidelidade.
O limite máximo de acções por investidor é
de mil, nas fatias reservadas a trabalhadores, pequenos subscritores e
emigrantes, e de quatro mil para o público em geral.
Quanto aos critérios de rateio, é atribuído um
coeficiente superior de rateio aos investidores que manifestem intenções
de compra durante a fase de pré-registo, nomeadamente durante a
sua primeira metade.
No âmbito da venda directa, foi aprovado o caderno de encargos
e identificado o conjunto de instituições financeiras às
quais serão vendidas as acções.
É regulado o funcionamento dos mecanismos de comunicabilidade
entre as acções destinadas à OPV e à venda
directa, bem como a alienação, às instituições
financeiras, de um lote suplementar.
PELO PAÍS
GOVERNAÇÃO ABERTA
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A ministra da Saúde, Maria de Belém, e o ministro
da Solidariedade e Segurança Social, Ferro Rodrigues, apresentaram
publicamente, ontem, em Santarém, o novo Sistema de Certificação
de Incapacidade Temporária para o Trabalho por Doença.
O novo sistema simplifica os procedimentos administrativos até
agora envolvidos nos processamento das baixas e começará
a ser aplicado pelos serviços locais dos Ministérios da Saúde
e da Solidariedade e Segurança Social do distrito de Santarém,
devendo alargar-se, a breve prazo, ao resto do País.
O novo modelo de certificação de baixa por doença
corresponde ao objectivo de conciliar a modernização e simplificação
administrativa com a dignificação do acto médico de
passar o atestado de doença, na perspectiva de se conseguir uma
vida mais facilitada para os cidadãos e um combate mais eficaz contra
a fraude.
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A ministra para a Qualificação e o Emprego, Maria João
Rodrigues, esteve presente, ontem, na sessão de lançamento
da revista «Sociedade e Trabalho», numa cerimónia que
decorreu no Museu do Azulejo de Lisboa.
Trata-se de uma publicação da iniciativa do Ministério
para a Qualificação e o Emprego que se assume como um espaço
aberto ao exterior e que pretende um aprofundamento das áreas de
conhecimento relativas à tutela em questão.
Maria João Rodrigues presidiu, no dia 21, no Centro Cultural
de Belém, à cerimónia de abertura do Seminário
Nacional do Mercado Social de Emprego intitulado «Acções
e Responsabilidades Partilhadas».
Finda a sessão de abertura Maria João Rodrigues
reuniu-se com a presidente da Comissão do Mercado Social de Emprego,
Gertrudes Jorge, para falar do balanço de um ano de actividades
e apresentar as perspectivas para 1998, onde estarão envolvidos
mais de 40 mil desempregados.
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O ministro da Ciência e da Tecnologia, Mariano Gago, assistiu,
ontem, no Fórum Picoas de Lisboa, a «Uma Aula com Internet
na Escola», dada pela Unidade de Apoio à Rede Telemática
Educativa, no âmbito da acção «Netdays Europe».
A iniciativa contou com a presença do secretário de Estado
da Administração Educativa, Guilherme d'Oliveira Martins,
e do administrador da Portugal Telecom, Francisco Padinha.
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O secretário de Estado da Produção Agro-Alimentar,
Cardoso Leal, presidiu, ontem, na Sede Nacional da Ordem dos Engenheiros,
à sessão de abertura das jornadas «A Indústria
Agro-Alimentar: Perspectivas e Futuro», organizadas pelos Colégios
Nacionais de Engenharia Química e Agronómica da Ordem dos
Engenheiros.
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A ministra do Ambiente, Elisa Ferreira, participou, nos dias 20
e 21, no XXXV Congresso da Associação de Jornalistas Europeus
que decorreu, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian,
sob o tema «Uma Nova Cidadania para a Europa».
Elisa Ferreira participou como oradora no painel «A Europa
do Século XXI: Os Desafios do Futuro», presidido por Mário
Soares, em que foram também oradores Pekka Olaví Haavisto,
ministro do Ambiente da Finlândia, Carlos Bastarreche, secretário-geral
para os Assuntos Europeus e da UE - Espanha, Torres Campos, comissário
da Expo'98, e Françoise Carton de Wiart, vice-presidente
da Associação de Jornalistas Europeus - Bélgica.
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O secretário de Estado da Juventude, António José
Seguro, presidiu, no dia 21, na Presidência do Conselhos de Ministros,
em Lisboa, ao Conselho Consultivo da Juventude, onde o ponto principal
da agenda foi o Estatuto do Animador Juvenil, incluindo-se no debate a
discussão do «Pacto Estratégico para a Juventude Portuguesa
dos anos 2000».
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O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural,
Capoulas Santos, assinou, no dia 20, nos concelhos de Reguengos
de Monsaraz, Moura, Serpa e Montemor-o-Novo, as portarias da criação
de cinco novas Zonas de Caça Sociais, abrangendo uma área
total de cerca de cinco mil hectares.
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O governador civil de Aveiro, Antero Gaspar, inaugurou, no dia 20,
a nova sede social da Junta de Freguesia de Travanca.
No dia 16, Antero Gaspar presidiu, no concelho de Ílhavo,
ao lançamento da primeira pedra da piscina coberta da Gafanha da
Nazaré.
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O ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, foi, no dia 16, ao
Porto, para estar presente na cerimónia de reabertura do Rivoli
- Teatro Municipal.
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O ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Gomes
da Silva, apresentou, no dia 16 em Lisboa, o balanço positivo
e os resultados encorajadores da linha de crédito de 150 milhões
de contos instituída pelo Executivo socialista para desendividamento
dos agricultores cujo prazo para recepção de candidaturas
terminou no passado dia 13.
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O ministro da Educação, Marçal Grilo, esteve
presente, no dia 16, nas comemorações do Dia da Alimentação,
numa sessão oficial organizada pelo Ministério da Agricultura,
do Desenvolvimento Rural e das Pescas, na Sala do Senado da Assembleia
da República.
A «Segurança Alimentar e Desenvolvimento Sustentável»
foi o tema deste debate em que participaram também alunos das escolas
secundárias de Lisboa.
No dia 15, Marçal Grilo, acompanhado pelo secretário
de Estado do Ensino Superior, Jorge Silva, participou na sessão
solene de abertura do ano académico da Universidade de Coimbra,
uma cerimónia realizada na Reitoria do referido estabelecimento
de ensino superior.
O secretário de Estado da Administração Educativa,
Guilherme d'Oliveira Martins, apresentou, no dia 16, em Lisboa,
as linhas gerais do orçamento do Ministério da Educação
para 1998.
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O secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento
do Território, Augusto Carvalho, presidiu, no dia 15, no
Governo Civil de Aveiro, à cerimónia de assinatura de 28
protocolos de financiamento, no âmbito dos subprogramas 1 e 2 do
PIDDAC que se destinam a comparticipar obras em associações
de natureza cultural, recreativa e desportiva, bem como em instituições
religiosas do referido distrito, num investimento global de cerca de 354
mil contos, e em que a comparticipação do Estado foi superior
a 210 mil contos.
RUI CUNHA DE VISITA AO DISTRITO DE VILA
REAL
Rui Cunha, secretário de Estado da Inserção
Social, visitou, no passado dia 14, diversas instituições
de solidariedade social do distrito de Vila Real. A deslocação
teve como objectivo aprofundar o seu conhecimento da realidade daquele
distrito no domínio da solidariedade e inserção social,
com vista a encontrar respostas mais adequadas às várias
situações.
Puderam, assim, ser visitadas as instituições: Lar de
N. Sra. das Dores em Vila Real, Centro Social de N. Sra. de Lurdes, em
Pedras Salgadas, Vila Pouca de Aguiar, Misericórdia de Murça,
Casa do Povo de Pegarinhos e Associação Social de Sta. Eugénia,
no concelho de Alijó.
Rui Cunha pôde constatar a boa qualidade dos serviços
que estas instituições prestam às suas comunidades,
assim como o seu empenhamento na resolução dos problemas
com que se debatem.
Em Sta. Eugénia, terra natal do deputado socialista António
Martinho, Rui Cunha pôde provar do autêntico vinho
fino, tendo também sido recebido na Casa da Cultura daquela localidade,
onde a Junta de Freguesia lhe ofereceu um lanche e a direcção
lhe fez um historial daquela associação desportiva e cultural.
Nessa altura, foi lembrada a colaboração que Coimbra
Martins deu para a construção daquele edifício,
enquanto ministro da Cultura do IX Governo Constitucional (1983-85), presidido
por Mário Soares, e muitos dos presentes testemunharam a
actividade cultural e desportiva daquela associação - teatro,
folclore, aulas de música, jogos populares, futebol e atletismo.