O Presidente da República, Jorge Sampaio, disse, no dia 17, durante uma visita à Ponte Vasco da Gama, que esta «é uma obra que orgulha os portugueses e um marco na engenharia».

Num percurso de carro por uma extensão de quatro quilómetros do viaduto central da nova travessia rodoviária que durou cerca de duas horas, o chefe de Estado português seguiu atentamente as explicações do ministro do Equipamento, João Cravinho, bem como dos técnicos e engenheiros da Lusoponte, ficando convencido de que a nova ponte sobre o Tejo «será um contributo muito forte para a economia do País».

Perante um megaempreendimento construído em tempo «record» a que só faltam duas pequenas ligações - uma ao viaduto da Expo e a outra ao viaduto central - Sampaio não poupou elogios. Porém, recusou-se a alimentar especulações sobre a resolução do conflito entre o Governo e a Lusoponte referente ao pagamento da expropriação das salinas do Samouco estimadas em dois milhões de contos.

«Felizmente, isso não é comigo. É com o ministro e com a Lusoponte», respondeu Sampaio ao ser confrontado com uma matéria que já se encontra ao nível dos tribunais arbitrais.

O ministro João Cravinho, por seu lado, abordou esta matéria de forma transparente e confiante ao destacar perante a Comunicação Social presente no local, que a Ponte Vasco da Gama é uma obra que custará «quase 200 milhões de contos, juros incluídos», desdramatizando o peso acrescentado ao tão falado diferendo sobre o pagamento, mas não deixou de esclarecer que «essa obrigação não conta no contrato», pelo que não deverá ser o Estado a pagar, a menos que os tribunais o ordenem.

Ainda em matéria de investimentos, João Cravinho afirmou que o Governo gastou «oito milhões de contos para a salvaguarda ambiental», sendo esta obra, por isso, a consagração da ideia de que «a política de ambiente e a política de obras públicas andam a par, uma nunca é adversária da outra».

Para terminar, Cravinho assegurou que «tudo está a correr bem» no processo de construção da Ponte Vasco da Gama e frisou, referindo-se ao problema dos acessos a esta obra - que se receia não estejam concluídos até 31 de Março de 1998, que «deverão ficar prontos a tempo».

A nova ponte sobre o Tejo deverá iniciar a fase dos acabamentos em Novembro próximo, pois os testes de utilização da mesma têm data prevista para Janeiro de 1998.

Para já fica a promessa dos promotores da ponte de que ela estará apta a ser utilizada na travessia entre a margem norte e a sul na manhã do dia 31 de Março do próximo ano.

(MJR)