FINANÇAS



Sousa Franco peremptório

TAXAS DE JURO NÃO AUMENTAM

O ministro das Finanças português recusou esta semana a proposta avançada pelo seu homólogo alemão, Theo Waigel, no sentido de os países industrializados promoverem um aumento generalizado das taxas de juro, visando deste modo travar eventuais pressões inflacionistas.

Respondendo a partir de Macau, onde participou num seminário subordinado ao tema «Integração económica ao Sul da China: desafios e oportunidades», uma iniciativa da Autoridade Monetária e Cambial de Macau e do Banco de Portugal, o ministro das Finanças deixou a garantia de «que as taxas de juro não irão aumentar em Portugal, mesmo que isso aconteça na Alemanha». Na sua perspectiva, o País tem condições e margem suficiente para manter ou fazer descer as taxas de juro.

Falando no seminário sobre o principal tema em debate, Sousa Franco reconheceu que a Europa se apercebeu tarde das mudanças operadas nas economias do Sul da China e da Ásia Oriental. Esse erro de percepção terá sido notório ao longo da década de 80. Para o ministro das Finanças, a globalização económica do presente «tem três motores», sendo um deles a área da Ásia, «sob a forma das economias em rede que demarcam a integração regional da Ásia Oriental, Sudeste asiático e do Sul da China, a par dos Estados Unidos da América e da Europa».

De acordo com este membro do Governo de António Guterres, «a globalização apresenta-se hoje como um fenómeno que resulta da combinação de mercados claramente transnacionais (como os mercados financeiros) e de processos de integração em rede de fenómenos de características regionais».

Também durante a sua participação na Assembleia Anual do Fundo Monetário Internacional, na qual esteve acompanhado por Sousa Franco, em Hong Kong, o governador do Banco de Portugal, António de Sousa, revelou que o nosso país quer publicar o relatório que o FMI elabora todos os anos das consultas à economia. António Sousa explicou, ainda, que a parte que cabe a Portugal no aumento de capital do FMI será de 310 milhões de DSE (Direitos de Saque Especiais). Esta contribuição para a reserva do fundo equivale a 400 milhões de dólares.