Tratamento de resíduos sólidos
O secretário de Estado adjunto da ministra do Ambiente, José Sócrates, garantiu, durante as Jornadas Parlamentares da Juventude Socialista, no Algarve, que esta região será a primeira do País a acabar totalmente com as 20 lixeiras ao ar livre até Junho de 1998, altura em que as mesmas serão substituídas por aterros sanitários.
É desta forma que a tutela do Ambiente pretende evitar que os habitantes das imediações próximas aos vazadouros municipais continuem a respirar os fumos tóxicos provenientes das queimas dos lixos, para não falar nos cheiros intensos e que são obrigados a suportar.
Os aterros sanitários serão localizados em Chão Frio, no concelho de Portimão (aterro de Barlavento), e Vale do Zebro, em Loulé (Sotavento). O primeiro deste binómio de aterros sanitários está já a ser construído enquanto o outro espera pelo lançamento do concurso público internacional para a sua construção prevista para Outubro.
Enquanto as unidades de tratamento de resíduos sólidos subterrâneas não estiverem prontas, os lixos dos oito municípios do Sotavento algarvio serão armazenados, durante um ano, no aterro de São João da Venda, que já serve Loulé e Faro.
Entretanto, os concursos para o fecho e recuperação das actuais 20 lixeiras do Algarve já foram lançados; porém as iniciativas não se ficam por aqui. A rede de tratamento dos lixos da região algarvia carece de duas estações de triagem e de sete ou oito de transferência.
Duas das referidas obras projectadas já foram adjudicadas e outras esperam pelos resultados dos concursos públicos já lançados.
As estações de triagem serão localizadas junto dos aterros e as de transferência aguardam a decisão da sua colocação.
Para os tão odiados e incómodos resíduos da construção civil José Sócrates apontou os projectos da construção de dois aterros sanitários para entulhos como solução e focou um outro aspecto inovador do sistema-modelo de tratamento de resíduos sólidos: a criação de duas centrais de compostagem (transformação de toneladas de resíduos produzidos pelos jardins e relvados algarvios em fertilizante uma vez misturados com restos orgânicos da restauração e dos mercados municipais).
16 municípios abrangidos
5,6% da população servida
5,6% de área servida
6,5% de resíduos sólidos urbanos tratados
As infra-estrutururas
Dois aterros sanitários
Dois aterros para resíduos de construção civil
Duas estações de triagem
Oito estações de transferência
Duas estações de Compostagem
A reciclagem
Rede de recolha selectiva com 16 Ecocentros e 1 120 Ecopontos
Materiais: papel/cartão, vidro e restantes embalagens
Objectivo: recuperação e valorização de
15 por cento dos resíduos, 30 por cento para as embalagens
O investimento
Aterros para RSU: 4 563 274 contos
Estações de Transferência: 1 268 492 contos
Rede de recolha selectiva (ecocentros e ecopontos): 800 000 contos
Estação de triagem: 365 908 contos
Estações de compostagem: 300 000 contos
Encerramento de lixeiras: 1 377 000
Investimento total: 9 600 000 contos
O calendário
Entrada em funcionamento do aterro de Barlavento: Dezembro de 1997
Entrada em funcionamento do aterro do Sotavento: Setembro de 1998
Recolha selectiva: Junho de 1998
Encerramento das lixeiras: Junho de 1998
Sistema global em funcionamento: 1998.
Deputados José Junqueiro e Miguel Ginestal
Os deputados socialistas eleitos pelo círculo de Viseu, José Junqueiro e Miguel Ginestal, endereçaram, no dia 18, uma carta ao secretário de Estado dos Recursos Naturais em que sublinhavam as suas preocupações com a qualidade de vida ambiental dos habitantes do referido concelho e solicitavam uma intervenção do governante para a resolução dos problemas do município nesta matéria.
A primeira das preocupações apontadas diz respeito à construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Teivas.
Segundo os deputados socialistas de Viseu alertam, no mesmo texto, «os cheiros insuportáveis que correm na ribeira de Cabanões, precisamente porque as condutas (da EPTAR temporária) drenam directamente para o seu caudal».
A segunda preocupação prende-se com a ETAR de S. Salvador, que está em funcionamento há quase 20 anos.
José Junqueiro e Miguel Ginestal alegam na missiva dirigida a Ricardo Magalhães que a cidade de Viseu experimenta um «indiscutível crescimento» pelo que se «impõe uma nova solução para os tratamentos dos esgotos».
O alargamento da capacidade da ETAR de S. Salvador é por isso, segundo os deputados socialistas, «uma obra prioritária, não só para garantir a qualidade ambiental que por vezes o desenvolvimento urbanístico não acautela, mas também porque é insustentável que sejam as populações a jusante a sofrer com toda esta desordem».
A terceira e última preocupação manifesta na carta dos deputados dirigida a Ricardo Magalhães tem como assunto a despoluição do Rio Paiva, que foi sendo transformado num autêntico esgoto de um tempo a esta parte.
«Todas as povoações e bairros da margem norte do Paiva drenam os esgotos directamente para o rio e é insuportável o cheiro que desde a Balsa percorre o rio abaixo. Não é tolerável que, mais uma vez, sejam as populações a jusante a pagar uma factura que é contraída por outros», afirmam José Junqueiro e Miguel Ginestal.
(MJR)