ADMINISTRAÇÃO INTERNA



Governo mostra obra feita

PRIORIDADE À SEGURANÇA DOS PORTUGUESES

O primeiro-ministro testemunhou anteontem, percorrendo vários pontos do País, o esforço que se encontra a ser desenvolvido pelo Governo no sentido de melhorar as condições de operacionalidade das forças de segurança. Após um périplo de um dia pelos concelhos de Loures, Lisboa, Oliveira de Azeméis, Santo Tirso, Pinhel e Almada, António Guterres teve a oportunidade de evidenciar os múltiplos progressos já registados nos últimos dois anos. O ministro da Administração Interna, por seu turno, aproveitou para anunciar um investimento de 4,7 milhões de contos no próximo ano, envolvendo a abertura de lugares para mais oito mil polícias.

Sempre acompanhado pelo primeiro-ministro, Alberto Costa lembrou uma das principais prioridades deste Governo, que passa pela renovação dos meios humanos, dos equipamentos e das instalações colocadas à disposição das forças de segurança. O objectivo, frisou, é prevenir e combater com eficácia os focos de criminalidade.

Entre outros dados, o ministro da Administração Interna avançou que, nos últimos dois anos -- ou seja, desde o momento em que o Executivo socialista entrou em funções --, já foram incorporados 3500 novos agentes. No próximo ano, este esforço financeiro vai continuar a processar-se no mesmo ritmo. Em 1998, recordou ainda o mesmo membro do Governo, serão colocados no terreno das operações mais 2250 elementos, aumento que se voltará a registar no ano de 1999. Em suma, no final da presente legislatura, Portugal assistirá a um acréscimo de cerca de oito mil novos agentes. Por outro lado, no domínio da modernização de equipamentos, os investimentos quadruplicaram em relação a 1995. Enquanto no último ano de «cavaquismo» não ultrapassaram os 2,6 milhões de contos, no presente os montantes aplicados já chegaram aos 11 milhões de contos. Idêntica tendência, de resto, segundo o ministro da Administração Interna, verifica-se no capítulo da modernização e aquisição de novas instalações: dos 18 milhões de contos gastos em 1995, passou-se agora para investimentos na ordem dos 35 milhões de contos. Visibilidade e proximidade das forças de segurança são os dois grandes eixos estratégicos da política deste Governo.

Na opinião do primeiro-ministro, a questão da segurança das populações não pode apenas ser entendida como um problema de polícias, a ele se ligando, indiscutivelmente, áreas como as políticas sociais e económicas. O certo é que, sublinhou, em dois anos de Governo «rosa», «todos terão de reconhecer que o esforço desenvolvido até agora não encontra paralelo com outros períodos recentes».

Além da área da segurança ter passado a constituir uma verdadeira prioridade deste Governo, importará ainda realçar a existência de uma profunda mudança de filosofia em relação ao trabalho do Executivo anterior. Em contraponto à lógica das «super-esquadras», extremamente desumanizada e de resultados duvidosos, estão agora a ser remodeladas várias pequenas esquadras de centros urbanos. Uma deles foi visitada por António Guterres, tendo ao seu lado o presidente da Câmara de Lisboa, João Soares. Na nova esquadra do Bairro da Boavista, a comitiva governamental foi recebida em ambiente de festa. A nova esquadra resulta de um protocolo com a Câmara de Lisboa, que cedeu o terreno, e surge na sequência de outros acordos já estabelecidos para as zonas de Horta Nova, Chelas e Padre Cruz. Na perspectiva do secretário de Estado da Administração Interna, Armando Vara, alguns serviços até podem ser concentrados, ganhando-se em racionalidade», admitiu. No entanto, «a função de visibilidade no pequeno bairro, ou rua, não ganha com isso e, portanto, não pode obedecer à lógica da concentração».

Ainda na área metropolitana de Lisboa, António Guterres deslocou-se às novas instalações da PSP de Almada. O investimento total ronda os 700 mil contos. Mas a GNR também tem merecido séria atenção por parte dos responsáveis do Ministério da Administração Interna. Neste momento, estão em execução 47 projectos, enquanto 78 se encontram em concurso. Por outro lado, aposta-se na recuperação de 45 edifícios e mais 39 concursos estão prontos a lançar.

Já em termos de aquisição de viaturas, dentro em breve, tal como salientou Armando Vara, a GNR será contemplada com mais 900, incluindo motos, ambulâncias e jipes. Por seu turno, a Brigada Fiscal da GNR tem previsto um investimento para a aquisição de 10 a 12 lanchas rápidas, tendo em vista proporcionar uma vigilância mais eficaz das fronteiras marítimas do país.




Droga

LANCHAS RÁPIDAS PARA BRIGADA FISCAL ALGARVIA

A costa algarvia é agora mais vigiada e segura. Tudo porque a Secretaria de Estado da Administração Interna deu, no dia 19, em Sines, luz verde à aquisição de lanchas rápidas para a fiscalização rigorosa dos mares algarvios, uma das zonas mais utilizadas pelos traficantes para fazerem entrar droga no País.

As embarcações visam reforçar os meios de combate ao tráfico de estupefacientes que se faz na zona costeira em questão e, segundo o secretário de Estado da Administração Interna, Armando Vara, formam parte de uma medida «essencial para reduzir a permeabilidade da fronteira Sul de Portugal».

«O combate à droga é extremamente difícil e, por isso, exige uma concentração de esforços humanos e materiais», disse Armando Vara ao discursar no dia do quarto aniversário da Brigada Fiscal, assinalado no quartel de Sines.

A medida tomada pela pasta da Administração Interna vem de encontro às solicitações da Brigada Fiscal que, desde há muito, se queixava de falta de meios materiais e humanos, apesar das 14 mil apreensões realizadas este ano.

(MJR)