A SEMANA



MANUEL TITO DE MORAIS FEZ 87 ANOS

O camarada Manuel Tito de Morais, presidente honorário do PS e grande referência da Esquerda, fez 87 anos no passado sábado, dia 28.

Oitenta e sete anos, grande parte dos quais passados num combate sem tréguas contra o regime fascista e, após o 25 de Abril, na construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Ao camarada Manuel Tito de Morais o «Acção Socialista» envia os mais sinceros parabéns.

Entretanto, o fundador do PS voltou a ser internado no Hospital de Santa Maria. O «Acção Socialista» reitera os desejos de um rápido restabelecimento.



Resistência em Timor-Leste

INDONÉSIOS ELIMINAM DAVID ALEX

Mais um herói da luta de libertação do povo timorense morre às mãos dos indonésios. David Alex, vice-chefe do Estado-Maior das Falintil, foi ferido e capturado no passado dia 25 por militares indonésios. Vinte e quatro horas depois morre. Em consequência dos ferimentos sofridos em combate, segundo a versão indonésia. Vítima de torturas depois de ter sido preso, alega a resistência.

Por entre versões contraditórias os militares indonésios do regime ditatorial de Suharto tentam esconder as circunstâncias da morte de David Alex que terá sido vítima de espancamentos.

Entretanto, o primeiro-ministro, António Guterres, disse que o Governo português «está a procurar obter todas as informações» junto dos canais disponíveis sobre a morte de David Alex, mas salientou «ser muito difícil fazer uma investigação» sobre o assunto.

Na Assembleia da República foi aprovado no dia 26 um voto de protesto por unanimidade contra a Indonésia, pela morte de David Alex.



Luto em França

OCEANOGRAFIA MUNDIAL FICOU ÓRFÃ

O pai da oceanografia mundial faleceu, no passado dia 25 de Junho, na França, vítima de um acidente de origem cardíaca.

Para trás, Jacques-Yves Cousteau deixa uma vida entregue à exploração dos mares e à defesa das riquezas subaquáticas, bem como à causa ecológica em geral.

As marcas de Jacques Cousteau, Jyc para os amigos, permanecerão perpetuadas em dezenas de filmes, documentários e livros, herança que as gerações futuras só poderão aliar à conhecida imagem do comandante das lendárias embarcações, o Calypso e o Alcyone.

O mais famoso marinheiro, explorador, autor e inventor francês dos nossos dias não mais sulcará os mares, mas a sua magra figura, o gorro vermelho, a camisola de gola alta, o nariz afilado e os seus óculos de aros finos permanecerão como a imagem indelével do mestre da oceanografia mundial que deu tantas e tão valiosas informações sobre os mares, recolhidas ao longo de cinco décadas de aventuras subaquáticas, ao acervo cultural da humanidade.

Pioneiro do escafandro autónomo - aparelho respiratório de circuito aberto que evacua directamente para a água o ar da respiração, completado com duas garrafas de ar fixadas às costas do mergulhador -, Jyc abriu as portas das profundezas marítimas, deu respostas a muitas incógnitas sobre os mistérios do mundo submarino e levantou muitas mais dúvidas sobre as novas curiosidades da vida marinha.

Celebrizado, também, pela sua irreverência crónica, Jyc ficou igualmente conhecido como «enfant terrible», sem porém deixar de merecer a admiração que por ele nutrem os seus companheiros de viagens, a família, entre outros.

Poucas horas depois da morte do oceanógrafo francês ser divulgada chefes de Estado, cientistas e ecologistas de todo o globo manifestaram profundo pesar pela perda incalculável que o desaparecimento físico de Jacques Cousteau implica para o mundo, e prestaram-lhe a sua homenagem.

O último adeus dos franceses ao paladino dos sete mares ocorreu no passado domingo, dia 29 de Junho, durante uma cerimónia fúnebre oficial realizada na catedral de Notre-Dame, em Paris.

Jacques Cousteau, amante confesso daquela «sensação de voar na ausência de gravidade, de flutuar, que parece penetrar a pele», repousa agora na sua terra natal, no cemitério de Saint-André-de-Cubzac.

Para o homem que descreveu o mergulho como «a forma última de amar», a morte chegou aos 87 anos.

(MJR)