EDITORIAL




PSD ATRACA À DIREITA

O mediatizado Congresso do PSD que se realizou no passado fim-de-semana não passou, afinal, de um mero congresso de contabilistas. Todas as intervenções, sem excepção, resumiram-se a meras contas de mercearia eleitoral.

No congresso onde se deveriam discutir políticas alternativas ao actual Governo, que tanto criticam, o PSD optou por dar um triste espectáculo sobre o que há de mais baixo em política. Se dúvidas houvesse, para o cidadão eleitor, elas ficaram decididamente esclarecidas. Para o PSD o indispensável é a conquista do poder a qualquer preço, não para alterar ou melhorar o que quer que seja, já que disso nem sequer se falou, o que importa é o poder e por ele se faz tudo e tudo se e hipoteca, incluindo os princípios e os valores (!).

Deste congresso ou melhor da segunda parte do congresso CDS/PP, ressalta como principal elemento, a fraqueza de um partido, que deveria ser e constituir-se num partido alternativo ao PS, e que não o conseguiu fazer. A «santa aliança democrática» aprovada com o voto no Prof. Marcelo, traduz a radicalização do PSD reduzindo e hipotecando o congresso e o futuro do próprio partido ao variável humor de Paulo Portas e do seu PP.

Para a democracia e para os portugueses este passo do PSD é motivo de preocupação e de redobrada atenção, já que vem credibilizar o PP. Para o Partido Socialista aumenta as suas responsabilidades perante os portugueses.

Responsabilidades que o PS sempre assumiu como partido que é com ideias, princípios e convicções. Para o PS, o que é fundamental é governar o País com tranquilidade e com estabilidade por forma a que se possam aplicar as reformas estruturais de que o País tanto precisa.

O PS apenas pretende apresentar-se às eleições sozinho e que sejam os portugueses a julgá-lo pelo desempenho governativo. Num momento em que se celebram os 25 anos da fundação do Partido Socialista, António Guterres afirmou, no tempo de antena da passada semana, que «não vamos procurar nenhuma aliança para conservar o poder». Para que não restem dúvidas.

A REDACÇÃO