SOCIEDADE & PAÍS 



Reacções à morte de Luísa Guterres

VOZES DE SENTIMENTO

A notícia da morte da mulher do primeiro-ministro, Luísa Guterres, acordou o País na madrugada da passada quarta-feira, dia 28 de Janeiro, gerando reacções de consternação a nível nacional, com adiamentos e cancelamentos de actos oficiais e manifestações de pesar de todos os quadrantes.

António Guterres, que se encontrava em Londres com os filhos e acompanhou os últimos momentos da mulher no Royal Free Hospital, na capital britânica, fez saber imediatamente que pretendia realizar todos as formalidades do funeral, em família e com privacidade.

O pedido de Guterres não conseguiu evitar numerosos votos de pesar de personalidades públicas que o «Acção Socialista» deixa aqui registadas.



Almeida Santos (presidente da Assembleia da República):

«Estou profundamente comovido e constrangido. (...) Era uma grande figura e, sobretudo, um admirável ser humano.»



Assembleia da República:

«A Assembleia da República, na sua sessão de 28 de Janeiro de 1998, aprova um sentido voto de pesar e apresenta ao engenheiro António Guterres, aos filhos do casal, e demais família enlutada, a expressão do seu profundo e sentido pesar.»



Carlos Veiga (primeiro-ministro de Cabo Verde):

«Foi com grande emoção e tristeza que acabámos de tomar conhecimento do desaparecimento brutal da sua estimada esposa e nossa querida amiga D. Luísa Amélia, de quem guardamos, com saudades, as melhores recordações.»



Fernando Van-Dunem (primeiro-ministro de Angola):

«Senhor primeiro-ministro, nesta hora difícil para si e para a sua família, acredite que nos invade o mais profundo sentimento de tristeza por tão injusto infortúnio.»



Jacques Santer (presidente da Comissão Europeia):

«Em meu nome e em nome da Comissão Europeia, apresento-lhe as minhas condolências e a maior simpatia.»



Jaime Gama (ministro dos Negócios Estrangeiros):

«Luísa Guterres resistiu com grande estoicismo nos últimos meses à doença prolongada que a vitimou... Não foi possível fazer prevalecer a vida sobre a morte.»



Jean-Luc Dehaene (primeiro-ministro da Bélgica):

«Neste momento de dor, apresento-lhe, em meu nome e em nome do Governo belga, a expressão de sentidas condolências.»



João de Deus Pinheiro (comissário europeu):

«A vida e a continuação da vida é por vezes uma aposta difícil. A de Luísa Guterres foi extremamente difícil, extremamente dolorosa. Essa aposta e essa teima foram um exemplo para todos nós e é com uma dor muito profunda que assisto a este desenlace.»



João Jardim (presidente do Governo Regional da Madeira):

«Em nome do Governo Regional da Madeira e em meu nome pessoal apresento a vossa excelência sentidas e respeitosas condolências, exprimindo toda a nossa solidariedade e amizade.»



João Soares (presidente da Câmara Municipal de Lisboa):

«Embora o senhor primeiro-ministro tenha manifestado o desejo de que os actos decorrentes do falecimento sejam efectuados na mais estrita intimidade, não podemos deixar de nos curvar, respeitosamente, perante a sua dor e a dos seus familiares mais próximos, endereçando-lhes os nossos mais sentidos pêsames.»



Jorge Sampaio (Presidente da República):

«Tomei conhecimento, com o mais profundo pesar, do falecimento da senhora dra. Luísa Guterres, mulher do senhor primeiro-ministro, que há tantos anos admirava. Tive já ocasião de exprimir pessoalmente ao eng. António Guterres, em meu nome e em nome da minha mulher, a amiga solidariedade com que o acompanhamos, e aos seus filhos, nestes momentos tão difíceis e dolorosos.»



José Lello (secretário de Estado das Comunidades Portuguesas):

«Foi com mágoa e dor que soube da notícia, até porque a última vez que estive com ela foi na inauguração do Consulado português em Newark.»



Marcelo Rebelo de Sousa (presidente do PSD):

«Luísa Guterres era uma grande amiga desde há quase 30 anos. Mulher de carácter forte, de personalidade marcante, juntava à inteligência muito viva uma sensibilidade invulgar e uma compreensão dos outros tocante.»



Maria de Belém (ministra da Saúde):

«Luísa Guterres era uma mulher de uma riqueza de personalidade, em termos humanos, inexcedível, com um enorme coração de mãe.»



Mário Soares (ex-Presidente da República):

«Estou extremamente triste. Era uma mulher notável. (...) É uma grande tragédia para todos nós, mas temos de ter coragem e temos de ser dignos do exemplo de coragem que ela própria deu e continuarmos em frente.»



Mota Torres (presidente do PS/Madeira):

«Nesta hora de profunda dor, quero, em meu nome pessoal, mas interpretando também o sentir de todo o PS/Madeira, expressar a minha solidariedade amiga, com um sincero sentimento de pesar para todos teus mais queridos pela perda irreparável.»



Tony Blair (primeiro-ministro britânico):

Fonte diplomática em Londres disse que Tony Blair, cujos sentimentos de amizade e estima por António Guterres são bem conhecidos, fez um telefonema pessoal de condolências na manhã da morte de Luísa Guterres.



Vasco Rocha Vieira (governador de Macau):

«Consternados pela triste notícia, testemunhamos a vossa excelência a expressão do nosso mais profundo pesar.»



Vaz Velho (da direcção da Ordem dos Médicos):

«Em meu nome pessoal e da Ordem dos Médicos, apresento sentidos pêsames ao primeiro-ministro e à família.»



Vitor Melícias (padre e amigo da família Guterres):

«A morte de Luísa Guterres é uma perda de uma grande mulher, de uma grande mãe, de uma grande portuguesa e de uma grande cristã.»

(MJR)




Biografia de Luísa Guterres

PERFIL DE UMA DISCRETA LUTADORA

Luísa Amélia Guimarães e Melo de Oliveira Guterres, mulher do primeiro-ministro, António Guterres, nasceu na freguesia de Santo Ildefonso, Porto, no primeiro dia do mês de Setembro de 1946.

Era filha de Mário Martins Melo, industrial, e de Luísa Amélia Pereira Guimarães de Melo, moradores em Vila Nova de Gaia.

Psiquiatra de profissão, Luísa Guterres casou há 25 anos com António Manuel de Oliveira Guterres, em 21 de Dezembro de 1972, em Lisboa, na Igreja da Luz, em cerimónia celebrada pelo padre franciscano Vitor Melícias.

Do matrimónio nasceram dois filhos, Pedro (22), licenciado em Economia, e Mariana (12), estudante do ensino secundário.

Em 22 de Março de 1997 foi submetida a um transplante hepático, no Royal Free Hospital, centro hospitalar de Londres.

Após a convalescença, apareceu pela primeira vez em público em Maio, numa recepção ao co-galardoado com o Prémio Nobel da Paz D. Ximenes Belo, no Palácio de Queluz.

Recentemente esteve presente, juntamente com António Guterres, na recepção aos cantadores das «Janeiras» convidados para a residência oficial de São Bento, depois de ter tido uma episódica aparição na campanha eleitoral das autárquicas ao lado da candidata socialista à Câmara de Sintra, Edite Estrela.

Já no mês passado foi à capital britânica para ser submetida a exames de rotina na sequência do transplante.

Uma vez examinada pelos médicos foi submetida a nova intervenção cirúrgica, tendo o seu estado sofrido entretanto um acentuado agravamento até ao seu falecimento, na madrugada do passado dia 28, após uma prolongada luta de 17 anos contra uma doença crónica que se transformou em insuficiência hepática.

Portugal reencontrou-se com os restos mortais de Luísa Guterres na manhã de quinta-feira, depois de um avião Hércules C-130 da Força Aérea Portuguesa a ter transportado de Londres até Lisboa.

António Guterres fez público o seu pedido de privacidade para a sua dolorosa perda e dos seus filhos, o País político e não só, parou, entristecido.

(MJR)




Funeral de de Luísa Guterres

ADEUS...

Uma multidão, composta, na sua maioria por figuras públicas, fizeram questão de comparecer, no dia 28 de Janeiro, à noite, na Igreja da Luz, em Lisboa, onde repousava o corpo de Luísa Amélia Guterres, mulher do primeiro-ministro, António Guterres.

O Presidente da República, Jorge Sampaio, e mulher, Maria José Ritta, o presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, o ex-chefe de Estado Mário Soares, a mulher, Maria Barroso, e a filha, Isabel Soares, o ex-primeiro-ministro Cavaco Silva e mulher, Maria Cavaco Silva, o procurador-geral da República, Cunha Rodrigues, e mulher, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Pedro Sousa Macedo, o presidente do Tribunal Constitucional, Cardoso da Costa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, João Soares, e o comissário da Expo'98, Torres Campos, foram algumas das personalidades que se deslocaram à Igreja da Luz.

O Governo compareceu em peso, com todos os ministros: Jaime Gama, Veiga Simão, Jorge Coelho, Pina Moura, Sousa Franco, Maria de Belém Roseira, Ferro Rodrigues, António Costa, José Sócrates, João Cravinho, Marçal Grilo, Manuel Maria Carrilho, Mariano Gago, Gomes da Silva, Elisa Ferreira e Vera Jardim.

Também o líder do PSD fez questão de estar presente na Igreja da Luz, onde o padre Vítor Melícias acabaria por rezar uma oração em memória de Luísa Guterres.

Do PSD estiveram - além de Marcelo Rebelo de Sousa - figuras como Leonor Beleza, José Luís Arnault, Marques Mendes, Ferreira do Amaral, Horta e Costa e Guilherme Silva.

Do PCP compareceram João Amaral, Rui Godinho e Daniel Branco, enquanto o PP foi representado pelo seu líder, Manuel Monteiro.

Outras destacadas figuras da vida política, como os eurodeputados António Campos, Luís Marinho e Barros Moura, e o ex-ministro das Finanças laranja Miguel Beleza, não quiseram deixar de exprimir a sua solidariedade para com o primeiro-ministro.

Foram vistos, igualmente, vários secretários de Estado, como António José Seguro, Fausto Correia, Luís Amado, Miranda Calha, Artur Penedos, Guilherme d'Oliveira Martins, Manuela Arcanjo, Paulo Pedroso e Consiglieri Pedroso.

António Vitorino, ex-ministro da Presidência e da Defesa, também esteve presente, tal como o fadista Carlos do Carmo, os advogados José Manuel e Miguel Galvão Teles e Dias Ferreira.

Muitos deputados socialistas, sobretudo da direcção do grupo parlamentar, foram à Igreja, nomeadamente Francisco Assis, José Junqueiro, António Reis, Luís Filipe Madeira, Rui Namorado, Fernando de Sousa, Strecht Ribeiro e Maria Carrilho.

O duque de Bragança e sua esposa foram outras figuras públicas que marcaram presença, a par de Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente, e José Ribeiro e Castro, vice-presidente do Benfica.

Os «capitães de Abril» Vasco Lourenço e Pezarat Correia não faltaram à última homenagem à memória de Luísa Guterres.

No dia seguinte, os restos mortais da mulher do primeiro-ministro foram a enterrar no cemitério no Alto de São João, em Lisboa.

Ao silencioso cortejo que levou Luísa Guterres até à sua última morada juntaram-se centenas de populares que o seguiram ou o viram passar preenchendo as ruas com um murmurinho entristecido.

As gentes de Portugal tinham ido dizer adeus à esposa do seu primeiro-ministro com o coração a meia haste.

(MJR)




Museu República e Resistência

QUINTO ANIVERSÁRIO
UM ESPAÇO DE CULTURA E DE CIDADANIA

A Biblioteca-Museu República e Resistência, em Lisboa, comemorou no passado sábado, dia 31, cinco anos de actividade com a barreira dos 250 mil visitantes ultrapassada, a aposta na juventude ganha e muitos projectos para o futuro.

Com efeito, este espaço tem-se afirmado ao longo de cinco anos de existência como um local privilegiado para iniciativas de índole cultural, direccionadas no sentido da sensibilização dos jovens para os valores da cidadania e de exaltação dos princípios democráticos.

Em declarações à Agência Lusa, João Mascarenhas, director do Museu desde a sua criação, afirmou: «Vencemos esta etapa; agora abre-se um novo ciclo, o do crescimento.»

Os planos a médio prazo para o Museu localizado em Benfica incluem, nomeadamente, uma mudança de instalações e uma maior aposta na internacionalização.

Com uma intensa actividade cultural, na qual se destacam exposições (uma das quais foi sobre a vida e obra do camarada Tito de Morais), conferências, lançamento de livros, cursos livres, visitas guiadas e sessões de música, o Museu, propriedade da Câmara Municipal de Lisboa, recebeu, só no ano de 1997, cerca de 117 mil visitantes.



Anne Frank

De assinalar o êxito extraordinário que tem constituído a exposição «Anne Frank, uma história para hoje», patente ao público no Museu desde o passado dia 19 de Novembro. Cerca de 40 mil pessoas já visitaram esta exposição que, no próximo dia 6 de Março, será substituída por uma outra alusiva aos humoristas portugueses.

Contudo, toda a programação para o ano de 1998 será centrada em iniciativas relacionadas com a comemoração dos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que se celebram a 10 de Dezembro.

Entretanto, no passado sábado, dia do aniversário do Museu, realizou-se o lançamento do livro «Direitos Humanos e Controlo Policial», da autoria de Rodrigues Maximiano, inspector-geral da Administração Interna.

Trata-se de uma obra editada pelo Museu e integrada na sua colecção «Cadernos de Cidadania».

(JCCB)




Estudo sobre delinquência juvenil

PEQUENOS CRIMES SEM CLASSE, SEXO NEM ESCOLARIDADE

A ideia segundo a qual a delinquência juvenil é um mal de certos estratos sociais menos favorecidas foi desmistificada recentemente.

Um estudo do Centro de Estudos Jurídico-Sociais (CEJS), divulgado na passada quinta-feira, veio desmontar os estereótipos e alertar para o facto de que os pequenos crimes da juventude atravessam todas as classes sociais, idades, níveis de escolaridade e a ambos os sexos.

O estudo - o maior realizado em Portugal sobre este tema - regista que mais de 80 por cento dos jovens entre os 14 e os 21 anos já cometeu, pelo menos, uma facto passível de processo criminal ou tutelar, revela o inquérito de delinquência juvenil auto-revelada relativa à pequena criminalidade.

Trata-se de um estudo internacional que foi realizado em Portugal pelo CEJS do Centro de Estudos Judiciários em 1993, mas nunca revelado publicamente.

Dos mil jovens entrevistados, 81,5 por cento reconheceu já ter praticado, pelo menos, um facto punível por lei, sendo que essa pequena criminalidade atravessa igualmente os pobres e os ricos, rapazes e raparigas ao longo da adolescência.

Esta realidade contraria a imagem preconceituosa da delinquência juvenil recolhida a partir do estudo das características dos jovens que são objecto de um processo judicial ou tutelar, e muito menos daqueles que são condenados ou internados em instituições de reeducação.

Os dados estatísticos referentes a estes casos no mesmo ano em que foi realizado o inquérito mostram que os menores mandados internar na sequência da prática de crimes eram oriundos de famílias com más condições económicas (78 por cento), enquanto 20 por cento tinham situações económicas satisfatórias, e apenas dois por cento vinham de classes mais favorecidas.

Na grande maioria dos casos, a família destes jovens foi considerada idónea, revelam os dados, informando ainda que 90 por cento desses jovens não tinham mais que a antiga quarta classe, e que a mesmo percentagem tinha sido processada por furto.

Contrariando estes dados, o inquérito mostra que a percentagem de jovens que admite ter praticado pelo menos uma infracção no último ano é praticamente a mesma em todas as classes sociais, e que o mesmo acontece em relação aos vários grupos de infracções, pelo que não se pode dizer que há formas de delinquência própria de cada classe.

Por outro lado, desmistifica a questão da escolaridade, uma vez que a prevalência de infracções se distribui também por toda a juventude, só variando os tipos de crime em relação a cada faixa etária.

O inquérito revela ainda que o furto não é a infracção mais comum entre os jovens, mas sim as que envolvem a condução sem carta e a utilização de transporte público sem bilhete, seguindo-se os danos, a posse de arma e a participação em conflitos violentos.

Por último, surgem as violações de propriedade, sendo que a mais frequente é o furto em casa.

As infracções atingem também as raparigas, com 50 por cento a confessarem já ter praticado um acto ilícito.

Este facto contraria as estatísticas da justiça, que apontam para apenas oito por cento de «miúdas» envolvidas em processos judiciais, adianta um diário lisboeta.



Reformas no Direito

Entretanto, o estudo sobre delinquência juvenil está a servir de orientação à Comissão para a Reforma do Sistema de Execução de Penas e Medidas Aplicáveis a Menores, que deverá concluir o seu trabalho de actualização da legislação, até ao dia 31 de Março.

As conclusões do inquérito já conduziu à distinção, no âmbito da Organização Tutelar de Menores, entre os regimes a aplicar aos jovens vítimas de crimes e os agentes de crimes.

A Comissão defende, assim, a aplicação de um sistema que dê resposta concreta a uma intervenção tutelar de protecção, para os casos indisciplina, mendicidade, libertinagem e vadiagem, e outra de carácter educativo, abrangendo um conjunto de normas aplicáveis aos jovens, compreendidos na faixa etária que vai dos 12 aos 16 anos, que tenham praticado uma infracção legal.

A prevenção é outro dos cavalos de batalha apresentados pela comissão que aposta, igualmente, num profundo trabalho sociológico.

(MJR)




Exposição Mundial

NOVO CÓDIGO POSTAL PARA LISBOA
«1998 LISBOA EXPO»

A cidade de Lisboa tem um novo código postal, «1998 Lisboa Expo», um feliz e imaginativo código postal criado pelos CTT para o serviço postal de e para a Exposição Mundial de Lisboa, a maior de sempre.

Desde a passada segunda-feira, quando faltavam 109 dias para a abertura ao público da Expo, os CTT foram o primeiro serviço público a abrir portas no recinto, embora apenas aos que trabalham na Exposição.

«Os CTT abrem a estação ao público em geral, agora se as pessoas só entram no recinto com autorização especial, o problema já não é nosso. Em todo o caso, o nosso objectivo é servir as pessoas que trabalham na Exposição e, sobretudo, fornecer aos países e organizações que já estão a montar os seus pavilhões todo o serviço postal que está disponível em Portugal», disse à Agência Lusa uma porta-voz dos CTT.

No mesmo dia, os CTT colocaram à venda, para assinalar o Dia dos Namorados, no dia 14 de Fevereiro, postais e sobrescritos com as figuras do Gil e da Docas, mascotes da Expo'98.

Para empenhar as mais de mil estações dos CTT no País, a empresa iniciou, também na passada segunda-feira, uma acção promocional, designada por «Volta ao País do Gil dos Correios» que percorrerá todo

o território com iniciativas junto das escolas.

A estação dos CTT fica situada no extremo norte do recinto, junto à porta do norte, num local onde existe também uma loja da Portugal Telecom e um posto da PSP e outros serviços públicos.

Os CTT já tinham lançado uma emissão especial de selos dedicados à Expo'98, que abre ao público no dia 22 de Maio e encerra a 30 de Setembro.



Exclusividade Eureka

A iniciativa europeia de investigação e desenvolvimento Eureka terá a exclusividade na utilização das salas de tecnologia do Pavilhão do Futuro da Expo'98, anunciou, no dia 28 de Janeiro, a presidência portuguesa daquela iniciativa.

A Exposição Mundial de Lisboa 1998 e a presidência portuguesa da Iniciativa Eureka celebraram, na referida data, um contrato que confere a esta a exclusividade de utilização das salas de tecnologia do Pavilhão do Futuro para a demonstração de projectos de investigação e desenvolvimento realizados no âmbito da iniciativa que abarca 25 países europeus.

O contrato foi assinado pelo comissário da Expo'98, Torres Campos, pelo presidente da Agência de Inovação, Lino Fernandes, e pelo responsável do secretariado do Eureka em Bruxelas, Pol van den Bergen.

Ao todo, a iniciativa Eureka, cuja presidência rotativa é actualmente detida por Portugal, apresentará nove projectos tecnológicos no Pavilhão do Futuro. Esses projectos foram desenvolvidos por diversos países, entre os quais Portugal, em esquemas de cooperação promovidos pelo Eureka.

O nosso país participou especificamente no desenvolvimento do projecto OPMOD, que tem por objectivo prevenir o alastramento de poluentes em estuários e zonas costeiras.

O projecto consiste num modelo informático que permite visualizar imagens, permanentemente actualizadas, sobre as condições ambientais reais, como as variações de correntes e do nível do mar.


Primeiros artistas portugueses para programa cultural

Carlos do Carmo, Janita Salomé, António Pinho Vargas, Bernardo Sassetti, Mário Laginha e Olga Prats são alguns dos nomes que a Expo'98 confirmou, no dia 31 de Janeiro, para integrar o projecto «Os Desafios Portugueses» do programa cultural da Exposição Mundial de Lisboa.

«Os Desafios Portugueses» são um conjunto de 12 programas, «Cantautores», «Afinidades», «Vozes», «Instrumentos», «Compositores», «Pianistas», «Cenas Encenadas», «Verdes Anos», «Palavra do Dia», «Artes Circenses», «Danças Urbanas» e «Imagens», com que a Expo'98 pretende apresentar obras inéditas de artistas portugueses.

«Foram criados para assegurar que alguns dos principais valores portugueses estejam presentes na Expo'98», disse um porta-voz da Exposição.

No programa «Vozes», são seleccionadas vozes nacionais para actuações que impõem três desafios: a interpretação de um tema a capella, a interpretação de um tema em que as vozes serão acompanhadas exclusivamente por um instrumento e, finalmente, a apresentação de um tema inédito.

O programa «Pianistas» compreende a actuação no Pianomóvel de um pianista e de artistas de outra área por ele convidados.

Por seu turno, no programa «Compositores, a Expo'98 encomendou a composição musical de uma obra inédita para ser apresentada num espaço não convencional.



Totalizadas 155 participações

Mais 10 países e organizações inscreveram-se na Expo'98, elevando para 155 o número de participações, um recorde sem precedentes na história das Exposições Mundiais. Os 10 novos inscritos são a República Dominicana, Honduras, Kiribati, Estados Federados da Micronésia, Samoa Ocidental, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu, União Internacional para a Conservação da Natureza e União Latina.

O anterior recorde de presenças em Exposições Mundiais pertencia a Taejon, na Coreia do Sul, que em 1993 teve 117 países e organizações. A Exposição de Sevilha, em 1992, teve um total de 113 países e organizações.

No final de Fevereiro, vai ser inaugurada a Marina da Expo-98, única da costa lisboeta, com 400 postos de amarração.

A partir de Setembro, a Marina terá mais 500 postos, perfazendo um total de 900 a 1.100, dependendo do tamanho das embarcações.

Dividida em duas partes, Bacia Sul e Bacia Norte, a Marina servirá durante o período da Exposição Mundial de Lisboa para receber a Exposição Náutica e os participantes da Regata Volta ao Mundo Expo-98.

A Marina dispõe ainda de um centro de apoio às actividades náuticas, restaurantes, bares, esplanadas, bem como de actividades comerciais de apoio aos seus utilizadores.

A Expo-98, a maior de sempre com a inscrição de 155 países e organizações, abre ao público no próximo dia 22 de Maio e encerra a 30 de Setembro.