Cimeira do Luxemburgo
O primeiro-ministro recusou uma proposta de inspiração francesa, que pretendia iniciar precipitadamente a discussão sobre os custos financeiros do futuro alargamento da União Europeia aos países do Leste. Durante a cimeira do Luxemburgo, o chefe do Governo português contou também com o apoio do seu homólogo espanhol, José María Aznar.
No final de mais um Conselho Europeu de chefes de Estado e de Governo, António Guterres explicou os motivos que o levaram a procurar convencer os seus parceiros a retirar da ordem de trabalhos daquela reunião qualquer tema relacionado com a limitação de despesas dos Estados-membros (em 1,27 por cento do Produto Nacional Bruto) para o Orçamento comunitário, entre os anos 2000 e 2006. «Portugal sempre defendeu que o alargamento é um objectivo político que não deve ser condicionado à discussão prévia de questões de natureza financeira», justificou.
Ainda comentando esta polémica, o primeiro-ministro lembrou que, tal como ficou provado naquela ocasião, Portugal não terá medo de dizer «não» sempre que isso se revele necessário e se encontrem em causa os interesses nacionais. Tal como a Espanha, os portugueses «nunca poderiam aceitar que alguns países acabassem por ver já garantidos os seus interesses, sem que o nosso país visse simultaneamente garantidos os seus».
Com esta posição conjunta dos responsáveis políticos
ibéricos, a negociação das perspectivas financeiras
da União Europeia, entre 2000 e 2006, far-se-á através
de um processo cuidadoso e pormenorizado, a partir de 1998, até
1999. «Portugal evitou na cimeira do Luxemburgo que fossem marcadas
contra nós as cartas da negociação» em torno
da «Agenda 2000», frisou o chefe do Governo.