MEMÓRIAS



«Acção Socialista», 17 de Maio de 1979
MOVIMENTO DAS MULHERES SOCIALISTAS

O primeiro suplemento destacável do Movimento das Mulheres Socialistas era a grande novidade e maior motivo de interesse da edição de 17 de Maio de 1979 do «Acção Socialista».

«Este suplemento está aberto a todos os assuntos em geral e como é natural a temas específicos das mulheres; e porque o nosso partido por princípio ideológico inscrito no seu programa, se afirma defensor da igualdade de ambos os sexos em liberdade e pela dignificação do indivíduo, é nossa pretensão defender este estatuto de convivência», podia ler-se no editorial do suplemento do Movimento das Mulheres Socialistas.

Mas a edição de 17 de Maio de 1979 do órgão oficial do PS era marcada também pelas críticas unânimes ao governo de Mota Pinto, de iniciativa presidencial.

Defensores intransigentes de uma democracia pluralista, os socialistas olhavam com preocupação esta solução exótica de governos apartidários patrocinados pelo então ocupante do Palácio de Belém. Era mais uma originalidade da nossa democracia.

«Absurda, inconveniente e antidemocrática», era assim que o dirigente nacional do PS Herculano Pires classificava em entrevista ao «AS» a solução dos chamados governos apartidários.

Destaque ainda numa chamada de primeira página para o projecto do PS sobre Comissões de Trabalhadores que ia ser discutido na Assembleia da República.

Manuel Alegre, Marcelo Curto, Carlos Lage, entre outros, eram os subscritores deste projecto de lei que era olhado com tremenda desconfiança pelos sectores mais retrógados da sociedade portuguesa, em especial muitos «patrões» que se intitulavam empresários.